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Rishi Sunak "zangado" por comentários racistas

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, manifestou-se magoado e zangado por um comentário racista feito contra ele por um ativista do Partido Reformista e disse que o líder, Nigel Farage, "tem algumas perguntas a responder".

Rishi Sunak "zangado" por comentários racistas
Notícias ao Minuto

16:00 - 28/06/24 por Lusa

Mundo Reino Unido

Durante um evento de campanha numa escola em Teesside, Sunak disse aos jornalistas que as suas duas filhas "têm de ver e ouvir pessoas do Reform UK (partido anti-imigração), que estão a fazer campanha para Nigel Farage", chamarem-lhe "'paquistanês de merda'". "Isso magoa-me e deixa-me zangado e penso que ele tem algumas perguntas para responder", desafiou.

"Quando se veem candidatos e ativistas na campanha eleitoral do Reform UK a utilizar linguagem e opiniões racistas e misóginas, aparentemente sem qualquer crítica, penso que isso nos diz algo sobre a cultura do partido Reform", afirmou.

O primeiro-ministro, hindu de origem indiana, referia-se aos comentários racistas gravados por um repórter infiltrado pela estação televisiva Channel 4 que, para além de ouvir Sunak a ser insultado, sugeriam que os jovens recrutas do exército britânico deviam usar imigrantes ilegais que chegam ao Reino Unido para "praticar tiro ao alvo".

Por seu lado, Farage afirmou estar "chocado" com os comentários, mas levantou dúvidas sobre um dos autores dos comentários, Andrew Parker, que alegou ser um ator. 

Este negou ter sido pago e garantiu que era genuinamente um ativista do Partido Reformista, o qual afastou todos os ativistas que foram filmados a fazer os comentários negativos. 

"Os sentimentos terríveis expressos por algumas pessoas nestas trocas de palavras não têm qualquer relação com as nossas opiniões, com as da grande maioria dos nossos apoiantes ou com as do Reform UK", afirmou o partido num comunicado.

O Partido Reformista concorre com centenas de candidatos às eleições de 04 de julho no Reino Unido, com a esperança de desviar eleitores dos partidos Conservador e Trabalhista. 

O partido repudiou vários candidatos depois de os meios de comunicação social britânicos terem divulgado as suas ligações à extrema-direita ou comentários ofensivos.

"Uma ou duas pessoas desiludiram-nos e nós dispensámo-las", disse Farage num evento de campanha na quinta-feira. 

Sobre outros candidatos criticados, considera que "na maioria dos casos estão apenas a falar como pessoas comuns".

Farage, político populista de direita e aliado de Donald Trump, agitou a campanha eleitoral quando anunciou a sua candidatura, no início de junho.

Durante a campanha, Farage procurou centrar o debate eleitoral na imigração, em particular nas dezenas de milhares de pessoas que todos os anos tentam chegar ao Reino Unido em pequenas embarcações através do Canal da Mancha.

Os imigrantes, na sua maioria requerentes de asilo que fogem da pobreza e de conflitos, representam uma pequena parte da imigração total para a Reino Unido, mas a luta para impedir as travessias perigosas tornou-se numa questão política sensível.

Os opositores há muito que acusam Farage de fomentar atitudes racistas em relação aos imigrantes e condenam aquilo a que chamam a sua retórica de bode expiatório.

Farage, de 60 anos, está a fazer a sua oitava tentativa de ser eleito para o Parlamento, depois de sete tentativas falhadas. 

As sondagens sugerem que tem uma vantagem confortável na corrida para representar a cidade costeira de Clacton-on-Sea, no sudeste de Inglaterra.

Embora seja provável que o Reform UK ganhe no máximo um punhado de lugares nos 650 em disputa para a Câmara dos Comuns, Farage promete liderar a "verdadeira" oposição a um governo do Partido Trabalhista se os conservadores perderem o poder ao fim de 14 anos no poder.

O modelo de estratégia é o do Partido Reformista canadiano, que ajudou a arrasar os conservadores nas eleições de 1993, antes de reformular o campo da direita canadiana.

Leia Também: Sunak qualificado de "medíocre" no último debate antes das legislativas

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