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Coligação de Macron reforça apelo contra "extremos" nas legislativas

A coligação do Presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou nas últimas horas de campanha para a primeira volta das eleições legislativas em 30 de junho, um apelo contra os "extremos" à esquerda e à direita.

Coligação de Macron reforça apelo contra "extremos" nas legislativas
Notícias ao Minuto

17:30 - 28/06/24 por Lusa

Mundo França

óbvio que quero evitar que os extremos, e em particular a extrema-direita, ganhem estas eleições", disse hoje o atual primeiro-ministro e candidato da coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês), Gabriel Attal, numa entrevista ao canal BFMTV/RMC.

Os franceses são chamados no domingo a votar nas legislativas antecipadas, numas eleições que serão marcadas pela subida da extrema-direita e que podem mergulhar França num cenário de instabilidade.

Nestas eleições estão em causa os 577 lugares da Assembleia Nacional (parlamento). Caso nenhum partido consiga mais de 50% dos votos (ou seja, pelo menos 289 eleitos) – um cenário provável -, haverá uma segunda volta, já marcada para o próximo domingo, dia 07 de julho.

Na quinta-feira à noite, à margem de uma cimeira europeia em Bruxelas, Emmanuel Macron clarificou ainda a posição que tem sido defendida nas últimas semanas pelo Executivo, ao colocar em pé de igualdade o RN e a França Insubmissa (LFI, esquerda radical) "e aqueles que os seguem" - numa referência à Nova Frente Popular, que une a LFI, o Partido Socialista, os Ecologistas e o Partido Comunista.

"Já tive oportunidade de dizer que pessoas da extrema-esquerda disseram coisas sobre antissemitismo ou violência, sobre antiparlamentarismo que eu desaprovo, que estão fora do arco republicano", afirmou o chefe de Estado francês.

Prometeu ainda "grande clareza" no seu apelo ao voto em caso de duelo, na segunda volta das eleições legislativas, entre o partido de extrema-direita União Nacional (RN) e a coligação de esquerda, Nova Frente Popular.

Macron denunciou também a "arrogância" do RN, que pretende impor-lhe uma coabitação dura em caso de vitória e afirmou que "já repartiu" todos os cargos governamentais.

Marine Le Pen, líder do RN, afirmou recentemente que o cargo de "chefe das forças armadas" do Presidente da República não passava de um "título honorífico", já que o cargo, presente na Constituição, é relativo aos poderes em matéria de política externa e de defesa e salvaguardado pelos anteriores Presidentes em casos de coabitação entre partidos.

À medida que a campanha se aproxima do fim, marcado para a meia-noite de hoje em França (23:00 de Lisboa), todas as sondagens dão uma vantagem muito confortável ao RN, com 36% a 37% das intenções de voto, na primeira volta das eleições legislativas, no domingo, 30 de junho.

Já o segundo lugar é ocupado pela coligação de esquerda, Nova Frente Popular (28% a 29%), enquanto a maioria cessante é colocada em terceiro lugar (20% a 21%), numa primeira volta em que é esperada uma elevada taxa de participação, que poderá ser a maior dos últimos 25 anos.

O candidato do RN, Jordan Bardella, de 28 anos, terá ainda de conquistar mais eleitores para obter a maioria absoluta na Assembleia Nacional francesa no final da segunda volta, condição que ele próprio impôs para assumir o cargo de primeiro-ministro.

No debate de quinta-feira, que contou com a participação de Jordan Bardella e Olivier Faure, presidente do Partido Socialista, Gabriel Attal acusou o presidente do RN de ter apoiado "uma centena de candidatos" responsáveis por comentários "racistas, antissemitas e homofóbicos".

Entre eles, o deputado cessante Roger Chudeau, que afirmou que um membro do governo não pode ser binacional porque isso coloca um "problema de dupla lealdade", dando como exemplo a antiga ministra socialista da Educação Najat Vallaud-Belkacem, com origem marroquina, cuja nomeação considerou ter sido "um erro". Os seus comentários deram origem a um debate aceso.

Para a presidente cessante da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, o partido está a mostrar a sua "verdadeira face", com o "racismo descarado".

Ao que Marine Le Pen veio hoje responder que a "opinião pessoal" de Roger Chudeau é "totalmente contrária ao projeto do RN".

Leia Também: França. Yaël Braun-Pivet propõe coligação centrista após legislativas

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