Pandemia da gripe das aves está a desenrolar-se "em câmara lenta"

Quanto mais cedo houver um aviso de que o vírus poderá infetar humanos, mais cedo as autoridades de saúde a nível global poderão medidas para proteger as populações, com o desenvolvimento de vacinas, testes e medidas de contenção, consideraram os especialistas.

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Notícias ao Minuto
01/07/2024 18:06 ‧ 01/07/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Gripe das aves

Os cientistas que monitorizam a propagação da gripe das aves estão a ficar cada vez mais apreensivos com as lacunas na vigilância sanitária, uma vez que podem afetar a resposta a uma pandemia que dizem estar a desenrolar-se “em câmara lenta”.

Desde 2020 que os especialistas têm dado particular atenção à estirpe H5N1 em aves migratórias. Ainda assim, a propagação do vírus em 129 rebanhos de vacas leiteiras de 12 estados norte-americanos, assim como em mamíferos como alpacas e gatos domésticos, poderá indicar que a transmissão para humanos está próxima, noticiou a agência Reuters.

“Quase parece uma pandemia que está a desenrolar em câmara lenta. Neste momento, a ameaça é muito baixa... mas isso pode mudar num piscar de olhos”, disse o professor de microbiologia na Universidade da Pensilvânia, Scott Hensley.

Os estudiosos apontaram, por isso, que quanto mais cedo houver um aviso de que o vírus poderá infetar humanos, mais cedo as autoridades de saúde a nível global poderão tomar medidas para proteger as populações, com o desenvolvimento de vacinas, testes e medidas de contenção.

Ainda que vacas leiteiras nos Estados Unidos estejam a ser testadas antes de atravessarem as fronteiras estaduais, os cientistas indicaram que os esforços são “inconsistentes” e que os testes a quem esteve em contacto com os animais são “escassos”.

A diretora do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Jeanne Marrazzo, salientou, nessa linha, que a vigilância em humanos é “muito, muito limitada”, tendo indicado que o Departamento de Agricultura é mais proativo nesse aspeto.

A última pandemia provocada pelo H1N1, em 2009, propagou-se primeiro entre animais durante vários anos, de acordo com Hensley, que assinalou que uma maior monitorização teria ajudado as autoridades de saúde a prepararem-se.

Apesar de a Organização Mundial da Saúde considerar que o risco do H5N1 para humanos é baixo, uma vez que não há evidências de transmissão humana, desde março que três pessoas nos EUA testaram positivo para gripe aviária H5N1, depois de terem contactado com vacas. Por seu turno, um homem morreu, no México, infetado com a variante H5N2, que tinha sido detetada em aves daquele país. Outros casos foram relatados na Índia, China e Austrália, causados por estirpes diferentes.

Contudo, algumas regiões já estão a tomar medidas para inocular as suas populações. Se os Estados Unidos e a Europa garantiram doses que podem vir a ser usadas em grupos de alto risco, incluindo agricultores e cientistas, a Finlândia deverá ser o primeiro país a vacinar trabalhadores em explorações pecuárias e de pele, bem como veterinários.

Leia Também: Portugal vai receber vacinas para a gripe das aves após compra conjunta

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