Crescimento da extrema-direita "não impedirá os avanços já alcançados"

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Pacto Económico, Maros Sefcovic, previu hoje que o crescimento político da extrema-direita na Europa "não impedirá os avanços já alcançados", nomeadamente a liderança na neutralidade carbónica.

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Lusa
01/07/2024 18:08 ‧ 01/07/2024 por Lusa

Mundo

Comissão Europeia

Sefcovic falava aos jornalistas depois de intervir no painel "Desafios e Oportunidades para a UE no Dealbar de um Novo Ciclo Político", integrada na conferência "Jacques Delors Agora -- A Próxima Geração na Europa", organizada pelo Instituto Jacques Delors e que reúne em Lisboa, até quinta-feira, 130 jovens de 30 países, além de membros da Comissão, eurodeputados e especialistas em política europeia.

Desdramatizando o crescimento político da extrema-direita na Europa, que "não impedirá os avanços já alcançados", o vice-presidente da Comissão Europeia salientou estar em "contactos frequentes" com jovens, sobretudo com cidadãos europeus, com quem tem organizado alguns dos chamados 'diálogos verdes'.

"Estamos a ter uma interação muito intensa com as empresas nos diálogos sobre a transição limpa e posso garantir-vos que as principais conclusões que retiro de todos estes debates é que temos um apoio muito forte para garantir que a Europa seja neutra em termos climáticos", afirmou.

"Até meados do século, queremos ser a primeira grande economia a atingir esse objetivo. As pessoas querem viver num ambiente mais saudável e estão muito preocupadas com a perda de biodiversidade", sublinhou Sefcovic no evento da Academia Nossa Europa.

"Penso que isto está claramente patente em todas as reuniões que tive e não tenho qualquer dúvida de que esta questão pode ser colocada sem qualquer ponto de interrogação. E nós, obviamente, iremos discutir todas estas questões com a nova Comissão Europeia, com o novo Parlamento Europeu, e ver o que pode ser feito para garantir que estes objetivos globais que estabelecemos para nós próprios sejam mencionados. E acrescentaríamos a importante dimensão social ao Pacto Ecológico, que é também algo que foi assinalado como uma prioridade nas discussões que tive", disse.

O político eslovaco foi, contudo, evasivo quando questionado diretamente pela agência Lusa sobre se teme que o crescimento da extrema-direita na Europa possa interferir no processo democrático europeu, tendo como pano de fundo os resultados da primeira volta das eleições legislativas francesas de domingo, ganhas pela União Nacional (RN).

"Em primeiro lugar e acima de tudo, estou muito satisfeito com o facto de termos uma clara maioria pró-europeia no Parlamento Europeu. Sei que os partidos estão a trabalhar muito bem em conjunto. Os líderes das instituições foram selecionados de uma forma muito rápida e acredito que os partidos irão trabalhar muito, muito bem em conjunto", respondeu. 

A União Nacional (Rassemblement Nationale, no original francês) foi o partido mais votado na primeira volta das eleições legislativas francesas de domingo, com 33% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e dos centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente Emmanuel Macron (22%).

A segunda volta das eleições legislativas decorre no próximo domingo, 07 de julho.

Leia Também: "Forma de combater os populismos é criar condições de melhor governação"

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