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Gabriel Attal recebe críticas e (algum) apoio em campanha. As imagens

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, esteve hoje em campanha no centro de Paris, onde ouviu várias críticas sobre a sua governação e as ambiguidades da maioria presidencial sobre o voto à esquerda, mas também recebeu alguns apoios.

Notícias ao Minuto

16:17 - 02/07/24 por Lusa

Mundo França

Na reta final das legislativas francesas - a segunda volta realiza-se este domingo -, Gabriel Attal dedicou a manhã de hoje a Paris, com duas iniciativas marcadas na capital francesa para apoiar candidatos locais da coligação presidencial.

Em Paris, onde nenhum candidato da União Nacional conseguiu qualificar-se para a segunda volta, a tarefa parece árdua para a coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês), depois de, na primeira volta, os candidatos de esquerda terem registado bons resultados na capital, com nove a conseguirem obter a eleição logo na primeira volta.

No Marché Convention, no 15.º bairro de Paris, Attal veio manifestar apoio ao candidato David Amiel que, na primeira volta das legislativas, foi um dos poucos candidatos da coligação presidencial que conseguiu ficar à frente da esquerda em Paris (no total, foram cinco em 18 círculos eleitorais). Este domingo, David Amiel ganhou com 38,85%, muito perto da candidata da coligação de esquerda Nova Frente Popular (Nouveau Front Populaire, em francês), que obteve 37,11%.

Entre bancas de venda de roupa, fruta e sumos, Gabriel Attal foi distribuindo folhetos do candidato e ouvindo algumas críticas dos parisienses que se cruzaram no seu caminho, em particular no que se refere ao seu balanço governativo.

"Vai entregar o país à extrema-direita com o défice do país no máximo", criticou um senhor de óculos, que assumiu que vai votar na esquerda e defendeu que o Governo deveria ter tido, durante a pandemia de covid-19, uma "política keynesiana, que consiste em aumentar os impostos aos mais ricos e não baixá-los".

"Eu sei que vocês são contra o crescimento económico, mas o que é que teria feito durante a pandemia? Não teria ajudado estes comerciantes, com empréstimos com garantias do Estado?", questionou Gabriel Attal, que, mais adiante, recebeu o apoio de um peixeiro, que salientou que, se não fosse o Governo, "as pequenas e médias empresas não teriam sobrevivido" durante a covid-19.

Já outros, que admitiram que costumam votar no partido presidencial, pediram-lhe que mude e, sobretudo, que trate da segurança, que consideram prioritária.

Um casal de idosos, que reside na rua de Falguière, no 15.º bairro de Paris, disse a Attal que o Governo precisa urgentemente de fazer alguma coisa quanto à segurança, salientando que, no ano passado, a situação esteve "no limite" na sua rua, onde "houve muitos tumultos".

"Queremos continuar a lutar por essas questões e pelo aumento dos meios de segurança, o que não é o caso da concorrente de David Amiel neste círculo eleitoral. Portanto, se são temas que vos preocupam, é preciso votar pelo David Amiel", pediu.

Os apelos ao voto no candidato presidencial foram muitos durante este passeio de Attal pelo Marché Convention, que contou com concorrência direta da oposição: ao mesmo tempo, por entre as bancas, vários militantes da Nova Frente Popular também distribuíam folhetos.

A coincidência levou a algumas trocas de palavras mais tensas, com vários militantes da esquerda a deixarem duras críticas à maioria presidencial por não terem apelado claramente, na segunda volta das legislativas, ao voto nos candidatos da Nova Frente Popular nos casos de duelo contra a União Nacional (Rassemblement National, em francês)".

"Eu tenho 22 anos, estou a começar a trabalhar, e vocês são incapazes de fazer um apelo ao voto claro na esquerda. Vocês não têm o direito de entregar o país à extrema-direita com pessoas que estão a começar a vida como eu", disse-lhe o jovem, com Attal a responder que estava a "criar interferências na mensagem".

"A minha posição foi muito clara. A entrega das candidaturas é esta noite às 18:00 (17:00 de Lisboa), e ainda vai haver desistências [de candidatos da coligação presidencial que tenham ficado em terceiro lugar, para que o candidato da esquerda tenha mais hipóteses de derrotar a União Nacional]. Parece-me que estamos a ser muito responsáveis dos dois lados", disse.

Aos jornalistas, Attal garantiu que a coligação presidencial está a "assumir a sua responsabilidade para impedir que a extrema-direita ganhe".

"Isso não quer dizer que nos estejamos a aliar a outros partidos. Quer dizer que queremos evitar que a extrema-direita tenha maioria absoluta", referiu.

No final desta caminhada, onde recebeu apoios e críticas, Gabriel Attal foi questionado se está otimista com a segunda volta das eleições legislativas e os resultados da coligação presidencial.

"Estou em modo de combate", respondeu.

Veja as imagens na galeria acima.

Leia Também: Pelo menos 200 candidatos desistem da 2.ª volta (contra ultradireita)

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