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RDCongo. Mais de 170 incidentes de segurança desde início do ano no leste

Desde o início do ano foram registados mais de 170 incidentes de segurança no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) que visaram diretamente trabalhadores humanitários, que provocaram quatro mortos e 20 feridos, revelou hoje a ONU.

RDCongo. Mais de 170 incidentes de segurança desde início do ano no leste
Notícias ao Minuto

19:08 - 02/07/24 por Lusa

Mundo ONU

Em comunicado de imprensa, a agência da ONU de coordenação de ajuda humanitária (OCHA, na sigla em inglês) alerta ainda para o rapto de dez trabalhadores humanitários naquele período.

Na nota, a organização condena o mais recente ataque a uma coluna humanitária no leste do país, que causou a morte de duas pessoas no domingo à noite, num contexto de combates entre o exército e os rebeldes do M23.

A organização não-governamental (ONG) Tearfund anunciou na segunda-feira que dois dos seus funcionários estavam desaparecidos após o ataque perto de Butembo, no norte da província de Kivu do Norte.

O coordenador humanitário da ONU na RDCongo, Bruno Lemarquis, citado no comunicado, "condena veementemente" o ataque, que "se inscreve num contexto extremamente preocupante de violência na província de Kivu do Norte, que põe em perigo o trabalho e a vida dos trabalhadores humanitários".

Desde o final da semana passada, os rebeldes do M23 (Movimento 23 de março), apoiados pelo Ruanda, tomaram várias cidades no território de Lubero, na frente norte do conflito, a mais de 100 quilómetros a norte de Goma, a capital da província.

Na terça-feira, continuavam a registar-se combates na região.

Desde o final de 2021, o M23, movimento rebelde da RDCongo de maioria tutsi, conquistou grandes extensões de território no Kivu do Norte com o apoio de unidades do exército ruandês, ao ponto de cercar quase completamente Goma.

Kinshasa acusa Kigali de pretender controlar as riquezas do leste do país.

No contexto de violência em que a RDCongo está mergulhado, um outro ataque foi referenciado na província de Ituri, nordeste do país, em que pelo menos 11 civis foram mortos hoje de manhã numa ação perpetrada pela organização Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco).

Segundo Ackym Saky, coordenador de direitos humanos da sociedade civil na cidade de Kilo, onde ocorreu o ataque, citado pela agência de notícias EFE, entre as vítimas estão três mulheres, duas crianças e seis homens, além dos feridos que conseguiram escapar, mas o número de mortos deverá aumentar, antecipa a fonte.

Várias zonas de Ituri têm sido alvo de uma escalada de ataques de milícias desde 2022, em particular da Codeco, que afirma representar a comunidade Lendu (camponesa) e que foi formada como um grupo armado em 2018 para combater os abusos do exército da RDCongo.

Alguns dos piores massacres perpetrados por este grupo podem ter sido atos de retaliação contra a Frente Popular de Autodefesa de Ituri (FPAC-Zaire), que se descreve como um grupo de autodefesa para proteger a comunidade Hema (pastora) dos ataques da Codeco.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país (Monusco).

A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de cidadãos a pegar em armas e, segundo o Barómetro de Segurança de Kivu, o extremo leste da RDCongo é um campo de batalha para mais de 100 grupos rebeldes.

Leia Também: Presidente do Congo pede a Putin maior cooperação económica e militar

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