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Republicanos aprovam programa que inclui deportação em massa dos EUA

O Partido Republicano dos EUA aprovou hoje o programa eleitoral que inclui a realização da maior deportação de migrantes da história do país, caso o seu candidato, Donald Trump, ganhe as eleições de 05 de novembro.

Republicanos aprovam programa que inclui deportação em massa dos EUA
Notícias ao Minuto

20:27 - 08/07/24 por Lusa

Mundo EUA

O Comité Nacional Republicano aprovou um programa de 20 pontos para um eventual segundo mandato de Trump, que será formalmente nomeado como candidato pelo partido durante a convenção que terá lugar na próxima semana em Milwaukee (Wisconsin).

A lista - que adota a retórica anti-imigração de Trump - propõe "travar a invasão de migrantes" nos Estados Unidos e "realizar a maior operação de deportação da história" do país.

O programa político também contempla "acabar com a inflação" e transformar os Estados Unidos numa potência energética mundial.

No que diz respeito à política externa, o plano de Trump, se regressar à Casa Branca, é "prevenir a Terceira Guerra Mundial e restaurar a paz na Europa e no Médio Oriente".

O programa eleitoral também propõe a construção de "um grande escudo defensivo contra mísseis" nos Estados Unidos - ao estilo da Cúpula de Ferro israelita - e a "deportação de radicais pró-Hamas" (numa referência ao grupo islamita palestiniano) que participam de protestos universitários.

O projeto político também propõe "acabar com os cartéis de drogas estrangeiros e esmagar a violência dos gangues", além de modernizar o Exército dos EUA para torná-lo "o mais forte e poderoso do mundo".

A sua proposta económica é manter o dólar norte-americano como principal moeda mundial e evitar cortes no programa de saúde pública Medicare.

O programa republicano ameaça cortar o financiamento federal às escolas que abordem temáticas ligadas ao racismo e à identidade de género, alegando que são conteúdos inapropriados para crianças.

O programa também se opõe à participação de mulheres transexuais em competições desportivas femininas.

Num outro setor, o projeto político também promete proteger a integridade das eleições, levantando mais uma vez o espetro de fraude eleitoral - uma teoria na qual Trump tem insistido, sem fundamento, desde que perdeu para o Presidente democrata Joe Biden nas eleições de 2020.

O magnata nova-iorquino, que já foi Presidente dos EUA entre 2017 e 2021, venceu as primárias do Partido Republicano, embora não seja oficialmente aprovado como candidato até à Convenção Nacional Republicana, que decorrerá de 15 a 18 de julho, em Milwaukee.

A unidade dentro do partido a favor de Trump contrasta com o que se passa nas fileiras democratas, onde Biden é cada vez mais questionado devido ao seu fraco desempenho no primeiro debate eleitoral televisivo, de 27 de junho.

Sobre a fraturante questão do aborto, o programa republicano aproxima-se da posição de Donald Trump, que se tem distanciado de uma proibição generalizada da interrupção voluntária da gravidez e manifestado apoio a que a legislação seja elaborada a nível estadual.

Numa referência à decisão do Supremo Tribunal norte-americano que com a maioria de juízes conservadores instalados pelo ex-presidente anulou há dois anos o acórdão "Roe v. Wade", que garantia o direito federal ao aborto, os republicanos limitam-se a sublinhar no programa agora divulgado que, graças a Trump, é possível agora votar leis que protegem o "direito à vida" ao nível dos estados.

Os programas do Partido Republicano em 2020 e 2016 evocavam uma proposta federal de proibição do aborto para além de um certo número de semanas, uma posição ainda apoiada pela direita mais religiosa, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal.

Donald Trump distanciou-se em abril deste tipo de propostas.

Demonstrando a impopularidade deste tipo de medida, desde a decisão do Supremo Tribunal os conservadores perderam quase todos os referendos ou votações sobre a questão do aborto, mesmo em estados tendencialmente conservadores como Ohio, Alabama ou Kansas.

[Notícia atualizada às 20h46]

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