O Japão quer tornar mais fácil alvejar ursos em zonas residenciais, numa altura em que se regista um pico de ataques relacionados a estes animais.
Até abril deste ano, registou-se um recorde de 219 ataques de ursos no país, seis deles causando vítimas mortais, segundo a BBC.
A cadeia televisiva britânica diz que o número de ursos no país aumentou à medida que a população japonesa envelheceu e se encolheu, especialmente fora dos centros urbanos.
Atualmente, a lei japonesa permite aos caçadores com licença, nestes casos, disparar contra ursos em zonas residenciais apenas após ter a aprovação de um agente da autoridade.
O governo está a planear rever esta lei na próxima sessão parlamentar, para que o uso destas armas se torne menos restrito. Por exemplo, os caçadores poderão passar a disparar em casos em que haja risco de ferimentos humanos, como, por exemplo, se um urso entrar num edifício.
A BBC alerta, porém, que alguns caçadores estão preocupados com esta proposta. "É assustador e muito perigoso cruzar-se com um urso. Nunca está garantido que o conseguimos matar alvejando-o. Se falhamos o ponto vital para o impedir de mexer-se... pode fugir e atacar outras pessoas. Se atacar um humano, quem será responsável por isso?", questionou o diretor executivo da Associação de Caçadores de Hokkaido, Satoshi Saito.
Desde a década de 1990 que a população de ursos na ilha mais a norte do arquipélago japonês, Hokkaido, mais que duplicou, segundo dados do governo. Contam-se, atualmente, cerca de 12 mil ursos pardos, que são geralmente mais agressivos que os ursos negros, dos quais há cerca de 10 mil no Japão, segundo estimativas de especialistas.
A BBC conta que os governos locais já tomaram várias medidas para afastar os ursos, chegando mesmo a recorrer a 'lobos-robô', ou a sistemas de alerta que recorrer a inteligência artificial.
Em Naie, Hokkaido, há quem esteja a receber 10.300 yen (cerca de 58,78 euros) por dia para patrulhar as ruas, colocar armadilhas e matar os animais, se necessário.
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