G7 condena legalização por Israel de 5 colonatos na Cisjordânia ocupada

Os chefes da diplomacia das sete maiores economias do mundo (G7) condenaram hoje o anúncio feito pelo governo israelita sobre a intenção de legalizar cinco colonatos e confiscar 1.270 hectares de terra na Cisjordânia ocupada.

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© ZAIN JAAFAR/AFP via Getty Images

Lusa
11/07/2024 16:34 ‧ 11/07/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do "Grupo dos 7" -- Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos -- afirmaram que "se juntam às Nações Unidas e à União Europeia na condenação do anúncio feito pelo ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, de que cinco postos avançados vão ser legalizados na Cisjordânia".

 

"Rejeitamos igualmente a decisão do governo israelita de se apropriar de 1.270 hectares de terra na Cisjordânia - a maior confiscação de terras desde os Acordos de Oslo [em 1993] - e a decisão de expandir os colonatos existentes na Cisjordânia ocupada, autorizando 5.295 novas unidades habitacionais e três novos colonatos", acrescentam num comunicado enviado pela Presidência italiana do G7.

Os postos avançados, conhecidos como colonatos "selvagens", são construídos sem autorização oficial de Israel, que ocupa a Cisjordânia desde 1967.

Dezenas deles ("selvagens") têm sido estabelecidos na Cisjordânia ocupada, além dos colonatos autorizados pelas autoridades israelitas. 

As suas dimensões são muito variáveis, desde algumas tendas até edifícios pré-fabricados ligados às redes de água e eletricidade.

Cerca de 490.000 israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, entre três milhões de palestinianos.

Os ministros do G7 sublinharam que "o programa de colonatos do Governo israelita não está em conformidade com o direito internacional e é contraproducente para a causa da paz".

Também hoje, a organização não-governamental israelita Peace Now denunciou quer Israel "expropriou" 6.640 hectares de "terras estatais" na Cisjordânia para legalizar o colonato de Evyatar, a sul de Nablus, afirmando que 2024 foi um ano recorde para a expansão dos colonos.

"Na segunda-feira passada, o Guardião de Propriedades Governamentais e Abandonadas assinou uma declaração que designa aproximadamente 66 'dunams' [6.640 hectares] de terra nas aldeias de Beita e Qabalan como terra do Estado", afirma um comunicado da organização, que documenta a expansão dos colonatos israelitas nos territórios palestinianos.

O colonato de Evyatar foi estabelecido pela primeira vez em 2013 e, desde então, foi destruído várias vezes por ser considerado pelo próprio Israel como um "posto avançado", ou seja, um colonato ilegal.

No entanto, o Gabinete de Segurança israelita aprovou a sua legalização a 28 de junho, juntamente com outros quatro "postos avançados", apesar de o direito internacional considerar ilegais todos os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, quer sejam reconhecidos por Israel ou não.

"2024 marca um recorde" para a expansão dos colonos, uma vez que, só nesse ano, quase metade de todo o território que adquiriu esse estatuto desde os Acordos de Oslo, em 1993, foi declarado "terra do Estado", afirma a Peace Now.

Segundo a organização, Israel aprova e interpreta as suas leis de forma a facilitar a criação de novos colonatos, "por isso, pode dizer-se que toda esta declaração de terras do Estado é essencialmente uma expropriação ilegal à luz do direito internacional".

Israel ocupou a Cisjordânia após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e desde então a construção de colonatos tem continuado sem parar, acelerando acentuadamente nos últimos anos nos territórios destinados a fazer parte de um futuro Estado palestiniano e que albergam mais de meio milhão de colonos israelitas, além de mais de 200.000 na Jerusalém Oriental ocupada.

Leia Também: Israel "expropriou" 6.640 hectares de "terras estatais" na Cisjordânia

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