Devido à escalada do conflito no leste deste país que faz fronteira com Angola, cerca de 7,4 milhões de pessoas foram deslocadas internamente para fugir à violência, uma situação que está a sobrecarregar os sistemas de abastecimento de água e de saneamento e ainda mais os escassos recursos da população.
"O acesso à ajuda humanitária continua a ser gravemente limitado pela presença militar em torno dos centros de saúde e de tratamento", declarou hoje a diretora de emergência da OMS, Adelheid Marschang, às Nações Unidas em Genebra, Suíça.
Adelheid Marschang alertou ainda para o facto de a situação ser "particularmente alarmante" nas regiões orientais do país, como o Kivu do Norte, onde se registaram mais de 12.800 casos de cólera e 21 mortes relacionadas com a doença até 30 de junho.
Os conflitos armados e as deslocações são também as principais causas da crescente insegurança alimentar no país, com cerca de 40% da população (40,8 milhões de pessoas) a sofrer de graves carências alimentares, de acordo com o mais recente relatório da Classificação Integrada das Fases da Segurança Alimentar (IPC).
Em resposta a esta situação, a OMS já prestou serviços de saúde de emergência a cerca de 460.000 pessoas até agora, só este ano, através da vigilância e do rastreio de casos de doença notificados, do transporte e análise de amostras ou da gestão da construção de centros de tratamento de água em campos de deslocados.
Marschang sublinhou, no entanto, que os entraves burocráticos e as barricadas militares estão a perturbar a distribuição da ajuda "onde ela é mais necessária".
A crise na RDCongo "continua a ser uma das mais subfinanciadas", tendo sido angariados apenas 26% dos fundos solicitados até à data para ajudar um número estimado de 25,4 milhões de pessoas afetadas pelo conflito, lamentou.
Por isso, apelou a um acesso "sustentado e desimpedido" e pediu à comunidade internacional que trabalhe em conjunto para restabelecer a paz e melhorar a saúde mental e física de toda a população da RDCongo.
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