Partidos sul-africanos pedem investigação a líder de formação da oposição
Dois partidos políticos sul-africanos pediram hoje uma investigação às alegações de que o líder do partido da oposição EFF teria recebido subornos no âmbito de um escândalo bancário.
© Reuters
Mundo África do Sul
As alegações vieram à tona quando o ex-presidente do VBS Mutual Bank Tshifhiwa Matodzi foi condenado na quarta-feira a 15 anos de prisão por várias acusações de fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e roubo.
O banco sul-africano entrou em colapso em 2018, após três anos de pilhagem por executivos e políticos, no âmbito de uma fraude bancária maciça apelidada de "o grande assalto".
Matodzi foi condenado pelo Supremo Tribunal de Pretória depois de chegar a um acordo com o Ministério Público.
O diário 'online' sul-africano Daily Maverick publicou uma cópia do depoimento de Matodzi, em que afirma que o líder do partido de esquerda radical EFF, Julius Malema, e o seu adjunto Floyd Shivambu receberam 16 milhões de rands (816 milhões de euros) de "fundos roubados do VBS".
O EFF recusou-se a comentar as alegações, negando qualquer envolvimento no escândalo bancário.
A Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), de centro-direita, pediu hoje à polícia que investigasse Malema e Shivambu, contra os quais tinha apresentado uma queixa em 2018 relacionada com o caso VBS.
O pequeno partido de centro-direita ActionSA também exigiu uma nova investigação sobre a dupla.
O grupo de defesa dos direitos afrikaans AfriForum disse que apresentaria acusações criminais contra eles.
No documento divulgado pelo Daily Maverick, Matodzi também acusou o antigo diretor-geral do Tesouro, Dondo Mogajane, e funcionários provinciais do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), de envolvimento no escândalo da VBS.
No final de 2018, o Banco Central da África do Sul publicou um relatório sobre a falência da empresa.
Neste documento eram acusadas 53 pessoas, incluindo gestores e políticos, de terem desviado mais de 2 mil milhões de rands (102 milhões de euros) durante um período de três anos.
A falência da VBS é um dos casos mais espetaculares de corrupção na África do Sul desde a saída forçada, no início de 2018, do Presidente Jacob Zuma, que tem sido implicado em numerosos escândalos financeiros.
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