Dois deputados pró-democracia de Essuatíni condenados por "terrorismo"
Dois deputados pró-democracia da última monarquia absoluta de África, Essuatíni, que foram considerados culpados de terrorismo no ano passado, em ligação com os protestos anti-regime que abalaram o país em 2021, foram hoje condenados a pesadas penas de prisão.
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Mundo Essuatíni
Mthandeni Dube foi condenado a 18 anos de prisão e Mduduzi Bacede Mabuza a 25 anos por "violação da lei antiterrorismo", aprovada em 2018, anunciou a juíza Mumcy Dlamini, no Tribunal Superior de Mbabane, a capital.
No que diz respeito a Dube, a juíza afirmou: "Tive em conta o facto de ter manifestado remorsos durante o julgamento e é por isso que lhe atribuo uma pena mais leve".
A sala de audiências, fortemente vigiada pela polícia, estava repleta de representantes dos partidos da oposição, segundo um correspondente da AFP.
Os dois deputados foram julgados no ano passado, quase dois anos após a sua detenção em julho de 2021 e, tendo sido acusados de incitar à realização de manifestações, declararam-se inocentes.
Mas a juíza considerou-os "culpados de todas as acusações apresentadas", especificando que a pena seria divulgada posteriormente.
Mabuza e Dube foram detidos em 2021, no auge de uma vaga de manifestações que exigiam reformas democráticas e que foram severamente reprimidas pela polícia do regime, tendo a repressão policial provocado dezenas de mortos do lado dos manifestantes.
Os partidos políticos, teoricamente autorizados, não podem participar nas eleições.
Em setembro de 2023, a monarquia do país, anteriormente conhecido como Suazilândia, congratulou-se com a eleição "livre e justa" de 59 deputados.
Os candidatos a estas eleições apresentaram-se oficialmente sem rótulos partidários e foram selecionados nos círculos eleitorais pelos chefes tradicionais, que normalmente defendem os interesses do monarca.
Pequeno e pobre país da África Austral, com uma população de 1,2 milhões de habitantes, Essuatíni é governado desde 1986 por Mswati III, que é criticado pelo seu estilo de vida luxuoso e regularmente acusado de violações dos direitos humanos.
O soberano nomeia os ministros, controla o parlamento, a polícia e o exército e também nomeia juízes.
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