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Von der Leyen exclui visitar Hungria por polémicas com presidência da UE

A presidente da Comissão Europeia excluiu a habitual visita do colégio de comissários ao país que acolhe a presidência rotativa da União Europeia (UE), a Hungria, com o qual há sucessivos diferendos, rejeitando também representação de alto nível.

Von der Leyen exclui visitar Hungria por polémicas com presidência da UE
Notícias ao Minuto

18:44 - 15/07/24 por Lusa

Mundo UE

"Tendo em conta os recentes acontecimentos que marcam o início da presidência húngara [do Conselho da UE], a presidente decidiu que a Comissão Europeia será representada a nível de altos funcionários apenas durante as reuniões informais do Conselho", informou o porta-voz principal do executivo comunitário, Eric Mamer, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

 

"A visita do colégio [de comissários] à presidência não se realizará", adiantou o responsável, numa alusão à viagem que se deveria realizar no arranque da liderança semestral da Hungria, que começou no início de julho.

A posição surge dias depois de os embaixadores dos países junto da UE terem discutido o papel da presidência húngara rotativa do Conselho, perante uma preocupação crescente nas capitais sobre as polémicas deslocações do primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban.

A 01 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, que vai liderar até final do ano, e desde então o primeiro-ministro húngaro já realizou deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia.

As visitas, e sobretudo o encontro com o Presidente russo Vladimir Putin em Moscovo, geraram várias críticas em Bruxelas e as garantias de que as iniciativas têm ocorrido no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.

Perante as recentes polémicas, algumas bancadas parlamentares (como os liberais) sugeriram encurtar estes seis meses de presidência e passar já a rotatividade da presidência do Conselho da UE à Polónia, que seria a seguir, enquanto alguns Estados-membros (nomeadamente os nórdicos) estão a decidir ser representados por funcionários e não por governantes nas reuniões informais em Budapeste, como forma de protesto.

A Comissão Europeia também tem mantido um diferendo com a Hungria pelo desrespeito do Estado de direito.

Pouco depois do anúncio, a presidência húngara rotativa da UE criticou a decisão, baseada em "considerações políticas", de a Comissão Europeia "escolher a dedo" as instituições comunitárias ao recusar participar na habitual viagem de arranque da liderança semestral.

"A UE é uma organização internacional constituída pelos seus Estados-membros, a Comissão Europeia é uma instituição da UE [...] e não pode escolher a dedo as instituições e os Estados-membros com os quais quer cooperar", reagiu o ministro húngaro para os Assuntos Europeus, Bóka János, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

"Será que todas as decisões da Comissão se baseiam agora em considerações políticas?", questionou o responsável.

Ainda hoje, um grupo de 63 eurodeputados (entre um total de 720) instou, numa carta enviada aos presidentes da Comissão, Parlamento e Conselho Europeu, à retirada à Hungria do poder de voto no Conselho pelo "abuso de poder" de Viktor Órban, no âmbito do procedimento aberto por desrespeito por Estado de direito (previsto no artigo 7.º do Tratado da União Europeia).

[Notícia atualizada às 23h42]

Leia Também: Conselho da UE. Alemanha diz que presidência húngara causa "muitos danos"

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