Os Serviços Secretos dos Estados Unidos estão a ser alvo de fortes críticas, após o antigo presidente norte-americano e atual candidato às eleições de novembro Donald Trump ter sido alvejado num comício no estado da Pensilvânia, no sábado.
Segundo o jornal The Washington Post, entre as questões que a agência de segurança enfrenta está uma eventual quebra nas comunicações com a polícia local, que tinha ficado responsável por assegurar o perímetro exterior do local, precisamente onde o jovem Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, se posicionou para disparar sobre Trump.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu uma investigação "independente" ao caso e disse que ordenou os Serviços Secretos a rever "todas as medidas de segurança" para a Convenção Nacional Republicana, que começou esta segunda-feira.
"Há muitas perguntas e os norte-americanos exigem respostas", escreveu o deputado republicano James Comer à diretora da agência de segurança, Kimberly Cheatle, numa carta onde lhe pede que testemunhe sobre o caso.
A diretora dos Serviços Secretos, por outro lado, emitiu um comunicado a louvar a rápida atuação da agência durante o incidente de sábado. "A tentativa de assassinato do ex-presidente Trump em Butler, Pensilvânia, é um momento que será lembrado para sempre na história. Os Serviços Secretos agiram rapidamente nessa situação e neutralizaram a ameaça", disse.
Já um antigo alto funcionário da Casa Branca, que atuou durante os executivos de Trump e de George W. Bush, disse, no entanto, que, "para o bem de todos os protegidos, do presidente em diante", é necessária uma "investigação completa e justa".
Ao Washington Post também chegaram críticas de um ex-líder dos Serviços Secretos durante o governo liderado pelo democrata Barack Obama. Jonathan Wackrow admitiu que a principal prioridade da agência seria lidar com a possibilidade de alguém conseguir subir a um telhado e ganhar uma linha de fogo sobre Trump.
Para Wackrow, o risco de recorrer à polícia local é que pode ser criada uma ilusão falsa de que o perímetro exterior está corretamente protegido, quando, na realidade, existem falhas.
Já sob anonimato, outros agentes dos Serviços Secretos - tanto atuais como reformados - mostraram-se em choque com a suposta fraca preparação para este evento, principalmente no perímetro exterior.
"Um dos elementos mais básicos" da proteção de um local passa por eliminar as linhas de fogo sobre a pessoa protegida, esclareceu o antigo diretor-adjunto do FBI, Andrew McCabe, em declarações à CNN internacional. Há "muitas perguntas a serem respondidas à luz do que sabemos agora", acrescentou.
Por cá, o comandante do corpo de Segurança da Polícia de Segurança Pública (PSP), Alexandre Vieira, comentou o caso em declarações à SIC Notícias, considerando que "há uma situação inopinada que não foi a prevista atempadamente".
"O trabalho foi feito, foi verificado o local do evento, o local onde o candidato a presidente iria discursar", assegurou, porém, argumentando que "pode ter havido uma falha de comunicação".
No sábado, Trump ficou ferido após ter sido alvejado durante um comício no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O atirador - um jovem de 20 anos chamado Thomas Matthew Crooks - foi morto pelos Serviços Secretos. Um outro homem também morreu neste incidente, quando foi atingido ao proteger a sua família do tiroteio.
Senado cria comissão de inquérito ao ataque
O presidente do Comité de Segurança Interna do Senado norte-americano anunciou «a criação de uma comissão bipartidária de investigação a possíveis falhas de segurança que permitiram o ataque de sábado contra Donald Trump.
"Vamos fazer uma investigação, uma investigação bipartidária da Comissão de Segurança Interna para estudar os acontecimentos que ocorreram e determinar se houve ou não lacunas de segurança que precisam de ser colmatadas", explicou Gary Peters.
O presidente do Comité de Segurança Interna do Senado norte-americano anunciou hoje a criação de uma comissão bipartidária de investigação a possíveis falhas de segurança que permitiram o ataque de sábado contra Donald Trump.
Lusa | 19:21 - 15/07/2024
O senador destacou que a intenção é que seja "rápido" e que as audiências sejam realizadas antes do período de férias do Congresso, em agosto.
Para isso, aproveitarão a investigação anterior sobre falhas de segurança no ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021, que usarão como "modelo".
Peters revelou que já teve uma "longa conversa" com o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e também recebeu informações da Polícia Federal (FBI). No entanto, ainda não falou com a diretora dos Serviços Secretos, Kimberly Cheatle.
[Notícia atualizada às 23h02]
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