Ministro sul-africano insiste em diálogo com Rússia para a paz na Ucrânia
O ministro das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano, Ronald Lamola, afirmou hoje que o país não assinou a declaração para a Paz na Ucrânia na Suíça por entender que é necessário envolver a Rússia na resolução do conflito.
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Mundo Ronald Lamola
"Apoiamos a iniciativa de paz que teve lugar na Suíça. Participámos como país através do conselheiro de segurança do Presidente da República da África do Sul", indicou hoje durante uma palestra organizada pelo centro de estudos Chatham House.
No entanto, acrescentou, Joanesburgo não assinou a declaração final "porque houve um impasse" no que diz respeito à sua posição, pois a África do Sul defende "firmemente que, para que a missão de paz seja bem-sucedida, ambas as fações beligerantes devem fazer parte dela, a Ucrânia e a Rússia".
"Acreditamos que, seja qual for a iniciativa de paz a adotar, esta deve incluir ambas as partes, de modo a que possa haver compromissos que conduzam a uma solução", vincou.
A Cimeira para a Paz na Ucrânia realizou-se em meados de junho na estância de Burgenstock, nos arredores de Lucerna, e foi realizada a pedido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Mais de 100 líderes e representantes de países e organizações estiveram presentes no encontro, mas a Rússia não foi convidada.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, liderou em junho de 2023 uma missão de paz de líderes africanos que visitaram Kiev e São Petersburgo, na Rússia, mas Zelensky recusou qualquer diálogo sem a retirada das forças russas do território ucraniano.
Apesar de alegar neutralidade, Ramaphosa mantém laços estreitos com Moscovo, tal como o Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994.
Na sua intervenção hoje em Londres, Ronald Lamola, que passou a liderar a diplomacia sul-africana no início deste mês, após as eleições de 29 de maio e depois de cinco anos como ministro da Justiça, reiterou que o país "continua a defender uma firme resolução pacífica" na Faixa de Gaza.
No final de 2023, a África do Sul acusou Israel perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) por violação da Convenção sobre Genocídio, na sua ofensiva militar que destruiu grandes áreas de Gaza.
"Vamos continuar também a participar nos vários processos de iniciativas de paz no continente africano, [como] no Sudão, na região leste da RDCongo [República Democrática do Congo] e também nos problemas de terrorismo que enfrentamos na parte sul de Moçambique", prometeu.
Na sequência das eleições de 29 de maio, nas quais o ANC, que governa o país desde o fim do 'apartheid', perdeu a maioria absoluta, onze partidos assinaram um acordo para formar um Governo de coligação.
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