Resultados parciais confirmam vitória esperada de Paul Kagame no Ruanda
Os resultados parciais das eleições de segunda-feira no Ruanda confirmam a vitória esperada de Paul Kagame, que governa o país com mão de ferro desde 2000.
© Lusa
Mundo Ruanda
Quando estavam apurados 80% dos boletins, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou que Kagame contava com 99,15% dos votos, enquanto os dois únicos candidatos que concorreram contra o atual Presidente não conseguiram, entre si, atingir 1% do total de votos.
Frank Habineza, 47 anos, candidato do Partido Verde Democrático do Ruanda (DGPR), obteve 0,53% dos votos, enquanto o jornalista e candidato independente Philippe Mpayimana, 54 anos, conseguiu apenas 0,32%.
Ambos os candidatos já enfrentaram Kagame nas eleições presidenciais de 2017, onde juntos obtiveram apenas 1,2% do apoio popular.
Habineza já declarou aceitar o resultado das eleições, tendo felicitado Kagame.
A CNE tem até dia 20 para publicar os resultados provisórios completos e até dia 27 para divulgar os resultados finais, que permitirão ao Presidente revalidar o seu quarto mandato de cinco anos.
O partido de Kagame lidera o país desde que tomou o poder em 1994 como um grupo rebelde, depois de derrubar o Governo extremista da etnia hutu que desencadeou o genocídio desse ano, no qual foram mortos cerca de 800.000 tutsis e hutus moderados.
De uma população total de pouco mais de 13,2 milhões de habitantes, cerca de 9,5 milhões de eleitores recenseados foram chamados às urnas na segunda-feira, num dia de eleições marcado pela calma e longas filas.
Dois opositores, Victoire Ingabire e Diane Rwigara, que criticam fortemente a administração de Kagame, foram proibidos pelas autoridades eleitorais de participar nas eleições.
Nos últimos anos, as organizações de defesa dos direitos humanos têm denunciado a redução do espaço democrático no país, bem como as detenções arbitrárias e os desaparecimentos de dissidentes às mãos do Governo.
Os ruandeses também elegeram na segunda-feira 53 membros da Câmara dos Deputados (câmara baixa do parlamento) por sufrágio direto, sendo os restantes 27, dos quais 24 devem ser mulheres, escolhidos indiretamente por entidades locais e nacionais.
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