Venezuela. Partido da oposição denuncia bloqueio para impedir mobilização
A oposição denunciou hoje que as autoridades venezuelanas encerraram os terminais de transporte terrestre do estado de Portuguesa (centro do país) onde a opositora María Corina Machado realizaria um comício no âmbito das eleições presidenciais de 28 de julho.
© GABRIELA ORAA/AFP via Getty Images
Mundo Venezuela
"O regime encerrou os terminais de Portuguesa, ameaçou os [motoristas de] autocarros, está parando todos os motociclistas em todos os municípios [estaduais], reteve o som e impediu a instalação do palco", denunciou a coordenadora do partido "Vente Venezuela" na rede X.
Na mesma rede social María Oropeza insta os venezuelanos a sair e apoiar a María Corina Machado e o seu substituto, Edmundo González Urrutia, candidato às presidenciais de 28 de julho.
"Todos pela liberdade", sublinha.
Também na X, o Comité de Direitos Humanos de "Vente Venezuela" denuncia que "foram apreendidos o palco e o equipamento de som que a líder desta organização utilizaria durante a sua visita ao estado de Portuguesa, onde se reunirá com os seus apoiantes".
Por outro lado, o "Vente Venezuela" explica que em 13 de julho último as autoridades tentaram impedir, sem sucesso, o livre trânsito de cidadãos no estado de Carabobo (centro-norte do país) para impedir que chegassem a uma concentração da oposição.
Nesse dia, imagens divulgadas pelas redes sociais davam conta que tinham sido instalados pontos de controlo de trânsito (operações stop) em várias avenidas da cidade de Valência, capital do estado de Carabobo.
Junto do Paseo Cabriales, as autoridades colocaram sacos, montes de areia e um camião da câmara municipal de Valência, impedindo o acesso de viaturas à avenida Cedeño.
Populares explicaram aos jornalistas que chegaram a contar cinco operações stop em apenas uma só avenida e que pelo menos um dos acessos ao norte da cidade foram encerrados pelas autoridades.
Os encerramentos obrigaram os simpatizantes de María Corina Machado e Edmundo González Urrutia a percorrer mais de oito quilómetros de uma autoestrada e esperar várias horas para aceder ao sítio da concentração.
A ONG Foro Penal (FP) denunciou na terça-feira que estão a aumentar as detenções políticas relacionadas com as eleições presidenciais na Venezuela, país onde 301 pessoas estão detidas por motivos políticos, 124 delas no âmbito da campanha eleitoral da oposição.
"Houve um aumento significativo do número de presos políticos. Hoje há 301 presos políticos na Venezuela", disse o diretor do FP.
Alfredo Romero falava numa conferência de imprensa em Caracas de balanço do número e da situação dos presos políticos na Venezuela.
Alfredo Romero precisou que dos presos ao longo de 2024 "102 pessoas estão relacionadas com o movimento e a campanha da oposição liderada pela María Corina Machado e pelo candidato de Mundo González".
Também que desde 4 de julho foram detidas 77 pessoas por motivos políticos, das quais "apenas 69 foram libertadas".
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