PC Chinês deve aprovar visão de desenvolvimento de "alta qualidade" de Xi
O Partido Comunista da China (PCC) encerra hoje uma reunião entre o seu principal órgão dirigente que deve aprovar políticas destinadas a desenvolver as capacidades tecnológicas do país e reforçar a sua segurança nacional.
© Getty Images
Mundo Partido Comunista
A reunião plenária do Comité Central do PCC decorreu à porta fechada, mas os analistas esperam uma aposta reforçada nas estratégias para um crescimento económico "autossuficiente" e de "alta qualidade", numa altura em que a China enfrenta restrições cada vez maiores no acesso à tecnologia avançada ocidental.
Os investidores e os mercados estão atentos a medidas que possam contrariar a crise no setor imobiliário chinês e estimular o consumo doméstico, que têm pesado sobre o crescimento da segunda maior economia mundial.
O crescimento económico abrandou para 4,7%, em termos homólogos, no trimestre entre abril e junho, à medida que o investimento no setor imobiliário e as vendas de propriedades continuaram a cair, apesar de uma série de medidas destinadas a incentivar as famílias a comprar habitação.
Declarações políticas recentes sugerem que Pequim continuará a dar prioridade ao investimento em tecnologia e a encorajar as empresas a atualizarem o seu equipamento e conhecimentos, em conformidade com o apelo do Presidente chinês, Xi Jinping, a um "desenvolvimento de alta qualidade".
"Os recentes comentários de Xi sobre a reforma e a abertura em várias reuniões importantes fornecem uma janela crucial para o tom da sessão, a prioridade da agenda de reformas da China e o objetivo geral de aprofundar ainda mais a reforma e avançar com a modernização chinesa", afirmou o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista, em editorial.
O jornal referiu ainda que as reuniões "traçarão um plano de reforma em todas as frentes", com o objetivo de melhorar a governação da China e "resolver desafios institucionais profundos e questões estruturais, de modo a promover um desenvolvimento de alta qualidade e fazer avançar a modernização chinesa".
Os líderes chineses têm afirmado repetidamente que a China manterá as suas portas abertas ao investimento estrangeiro e melhorará o ambiente empresarial, apesar do controlo cada vez mais alargado do Partido Comunista sobre as empresas, sistema financeiro e outros aspetos da economia e sociedade.
"Isto é o oposto das promessas anteriores e das reformas prometidas de uma maior abertura da economia e de políticas pró - mercado", escreveu Teeuwe Mevissen, estratega do banco de investimento holandês Rabobank, num relatório.
Mevissen considerou que novos incentivos para os investidores estrangeiros são uma possibilidade, bem como medidas em conformidade com o apelo de Xi a uma "prosperidade comum" que permita ao cidadão comum chinês beneficiar mais do crescimento económico.
Outra prioridade é aliviar a pressão financeira sobre as administrações locais, que acumularam enormes quantidades de dívidas após a crise imobiliário ter cortado uma fonte vital de receitas fiscais provenientes da venda de direitos de utilização de terrenos.
As reuniões desta semana são a terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, composto por 376 membros permanentes e rotativos, incluindo líderes do governo, exército e de nível provincial.
O terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas.
O mais emblemático foi o terceiro plenário de 1978, que marcou o início da política de "Reforma e Abertura", que ditou a abertura da China à economia de mercado e o fim da ortodoxia comunista. Permitiu, entre outras decisões fundamentais, que as empresas estrangeiras operassem no país.
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