Na sessão de abertura da Assembleia Nacional realizada hoje, em que os 577 deputados franceses recém-eleitos elegeram um presidente, após a terceira ronda de votações, Yaël Braun-Pivet, de 53 anos, foi reeleita com 220 votos, contra 207 do seu rival comunista André Chassaigne, único candidato da Nova Frente Popular, coligação de formações de esquerda e extrema-esquerda.

O candidato da União Nacional (RN, extrema-direita), Sébastien Chenu, ficou em terceiro lugar, com 141 votos. 

Embora a coligação de esquerda Nova Frente Popular tenha um maior número de lugares no Parlamento francês, após as eleições legislativas antecipadas convocadas pelo Presidente Emmanuel Macron, não conseguiu até agora chegar a acordo sobre um nome para primeiro-ministro, enquanto os deputados de centro-direita macronistas e os da direita conservadora parecem crescentemente alinhados.

"Esta assembleia é mais representativa do povo francês, mas também mais dividida", referiu Yaël Braun-Pivet no seu discurso após a divulgação dos resultados, explicando que era necessário encontrar "compromissos" entre os partidos.

Na primeira volta de votações, André Chassaigne, de 74 anos, deputado desde 2002, conhecido pelo seu profundo envolvimento no trabalho parlamentar e por ser uma figura-chave do Partido Comunista, não conseguiu obter a maioria absoluta entre os deputados. 

Na segunda volta, também Yaël Braun-Pivet não conseguiu reunir uma maioria, sendo eleita apenas na última votação. 

Com este resultado, o candidato comunista defendeu que "o voto francês foi roubado por uma aliança profana", referindo que os partidos de esquerda continuarão unidos.

Em 2022, Yaël Braun-Pivet tornou-se a primeira mulher a aceder a este cargo, tendo recebido 242 dos 462 votos expressos na segunda ronda de votações entre deputados. Com esta reeleição, a candidata comprometeu-se a "trabalhar com todos" para o povo francês e a "obrigar-se a mais" do que na sua anterior eleição.

As eleições legislativas antecipadas de 07 de julho resultaram numa divisão entre os três grandes blocos políticos, que conduziram a uma batalha entre os partidos por este cargo no Parlamento, para tentarem influenciar a futura nomeação do primeiro-ministro.

Alguns sindicatos e ativistas de esquerda organizaram hoje protestos em todo o país para "pressionar" o Presidente francês a escolher um primeiro-ministro da Nova Frente Popular.

Na terça-feira, o chefe de Estado francês aceitou a demissão do primeiro-ministro Gabriel Attal e de outros ministros, pedindo-lhes que tratassem dos assuntos correntes até à nomeação de um novo governo, numa altura em que a França se prepara para acolher os Jogos Olímpicos de Paris, a partir de 26 de julho.

Não há um prazo definido para que o Presidente francês nomeie um novo primeiro-ministro.

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