"Temos aqui cinco corpos. Foram mortos hoje", disse à AFP Bacchu Mia, do Hospital da Faculdade de Medicina de Daca, na capital, Daca, enquanto 45 mortes já tinham sido registadas desde terça-feira.
A polícia do Bangladesh proibiu hoje todas as reuniões na capital do país, Daca, declarou à AFP o chefe da polícia da cidade, Habibur Rahman, quando um dos principais líderes da oposição foi detido pelas autoridades.
"Proibimos hoje todas as concentrações, manifestações e reuniões públicas em Dhaka", disse, acrescentando que a medida é necessária para garantir a "segurança pública".
Por outro lado, a polícia do Bangladesh deteve hoje um dos principais líderes da oposição na capital, Daca, referiu o porta-voz da polícia Faruk Hossain, após vários dias de agitação mortal em todo o país.
Ruhul Kabir Rizvi Ahmed, líder do principal partido da oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), enfrenta "centenas de casos", disse Hossain, sem adiantar mais pormenores sobre os motivos da sua detenção.
Manifestantes incendiaram quinta-feira vários edifícios governamentais no Bangladesh, disse a polícia de Daca, em mais um dia de confrontos entre estudantes e polícia que, desde então, provocaram meia centena de mortes.
"Os manifestantes já incendiaram, vandalizaram e levaram a cabo atividades destrutivas" contra os escritórios da televisão estatal BTV e da agência de gestão de catástrofes do país, assim como contra edifícios da polícia e do governo, indicou a polícia em comunicado.
A nota foi publicada na quinta-feira à noite, após um apagão "quase total" da Internet em todo o país.
"Até agora, temos exercido a máxima contenção", afirmou a polícia, acrescentando que, se estas ações destrutivas continuarem, a força de segurança será "obrigada a fazer uso máximo da lei".
A estação de televisão privada Independent Television noticiou hoje que 702 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, incluindo 104 polícias e 30 jornalistas.
Pelo menos 26 dos 64 distritos do país foram palco de confrontos na quinta-feira, de acordo com o canal.
Os participantes nas manifestações quase diárias, desde o início deste mês, exigem o fim do sistema de quotas na função pública, considerando que este beneficia os filhos dos grupos que apoiam a primeira-ministra, Sheikh Hasina, de 76 anos, no poder desde 2009.
Leia Também: Polícia do Bangladesh proíbe todas as manifestações e líder da oposição é detido