Israel admite novos ataques no Iémen (e Hutis indicam vítimas mortais)

O ministro da Defesa israelita admitiu hoje novos ataques contra todos os que "fizerem mal a um cidadão israelita", após ordenar um bombardeamento de uma cidade do Iémen controlada pelos Hutis, que segundo estes rebeldes fez mortos e feridos.

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© SALEH AL-OBEIDI/AFP via Getty Images

Lusa
20/07/2024 19:23 ‧ 20/07/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O fogo que lavra atualmente no Iémen é visível em todo o Médio Oriente. A primeira vez que os Hutis fizeram mal a um cidadão israelita, nós atacámo-los. Fá-lo-emos em qualquer lugar onde seja necessário", afirmou o ministro Yoav Gallant, que aprovou esta manhã os bombardeamentos de Hodeida, na costa do Mar Vermelho, um dia depois de um 'drone' dos rebeldes ter matado um civil israelita em Telavive.

 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acompanhou os ataques deste sábado em direto, juntamente com o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e por Gallant, que acrescentou que os Hutis atacaram Israel "mais de 200 vezes" nos últimos meses.

"O sangue dos cidadãos israelitas tem um preço. Isto ficou claro no Líbano, em Gaza, no Iémen e noutros lugares: se eles se atreverem a atacar-nos, o resultado será o mesmo", ameaçou.

As forças armadas israelitas divulgaram um vídeo de caças F-15, alegadamente antes de descolarem para o ataque no Iémen.

Nas redes sociais, centenas de utilizadores publicaram vídeos mostrando os aviões a sobrevoar o Mar Vermelho, filmados a partir da cidade de Eilat, no sul de Israel.

Os rebeldes xiitas Hutis do Iémen confirmaram que jatos israelitas bombardearam depósitos de petróleo e a central elétrica da cidade portuária de Hodeida, onde o Ministério da Saúde huthi disse haver "mortos e feridos".

"Uma agressão israelita brutal contra o Iémen teve como alvo instalações civis, depósitos de petróleo e a central elétrica em Al Hodeida (...) para nos impedir de apoiar Gaza, que é um sonho que não se realizará", declarou o porta-voz dos insurgentes, Mohamed Abdelsalam, na sua conta oficial da rede social X (antigo Twitter).

Segundo o responsável, o ataque "só vai aumentar a determinação, a firmeza e a continuidade do povo iemenita (...) no apoio a Gaza".

O canal de televisão Al Masirah do Iémen, porta-voz dos Hutis, difundiu o que disse serem "as primeiras imagens do bombardeamento hostil de Hodeida", mostrando um incêndio e uma coluna de fumo negro espesso a sair de um local perto do mar.

O Ministério da Saúde huthi informou que "os bombardeamentos inimigos israelitas" causaram "mártires e feridos", sem especificar um número.

Hodeida é uma cidade portuária no oeste do Iémen, frequentemente utilizada pelos rebeldes iemenitas para lançar ataques contra navios israelitas ou ligados a empresas deste país.

Os bombardeamentos israelitas ocorrem depois de os Hutis terem reivindicado um ataque com um drone contra Telavive, que causou a morte de uma pessoa.

Este foi o último de uma série de ataques com mísseis balísticos e 'drones' reivindicados pelos Hutis contra Israel, embora a maioria tenha sido intercetada antes de atingir os seus alvos.

Desde o início dos anos, os EUA e o Reino Unido têm realizado numerosos bombardeamentos aéreos contra posições dos rebeldes apoiados por Teerão - no Iémen, de onde os Hutis lançam mísseis e ataques de drones contra navios nos mares Vermelho e Arábico.

Estas ações conduziram a uma grave redução do tráfego numa das rotas comerciais mais importantes do mundo.

Os Hutis justificam as suas ações com solidariedade para com os palestinianos e em resposta à guerra israelita na Faixa de Gaza, na qual já morreram mais de 38 mil pessoas e onde se regista uma crise humanitária de grandes proporções, segundo as autoridades locais.

O atual conflito de Gaza iniciou-se a 7 de outubro após um ataque dos islamitas palestinianos do Hamas, que matou 1.200 pessoas e resultou em cerca de 250 reféns, conforme divulgado por Israel.

Leia Também: Ataques aéreos israelitas atingem porto de Hodeida, no Iémen

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