Pyongyang diz ser indiferente quem sai vencedor eleições nos EUA
A Coreia do Norte disse hoje ser indiferente para o país asiático quem vence as eleições dos Estados Unidos e insinuou que não vai negociar com Washington em nenhuma circunstância.
© Reuters
Mundo EUA
"É verdade que [Donald] Trump, quando era Presidente, tentou apostar nas relações pessoais especiais entre os chefes de Estado nas relações bilaterais, mas não conseguiu nenhuma mudança positiva substancial", escreveu num editorial a agência de notícias estatal norte-coreana.
"É necessário distinguir estritamente entre a política externa de um Estado e os sentimentos pessoais", afirmou a KCNA.
O ex-presidente e candidato republicano às presidenciais norte-americanas de novembro mostrou "um desejo persistente para que haja relações" entre a Coreia do Norte e os EUA, durante um recente discurso na convenção republicana em Milwaukee (Wisconsin).
"Independentemente da Administração que assumir o poder nos EUA, o clima político, marcado pelas lutas entre os dois partidos, não mudará e, por isso, não nos importamos [com o resultado]", assinalou o mesmo editorial.
Depois de ter iniciado as negociações da desnuclearização com a Coreia do Norte durante o primeiro mandato, Donald Trump decidiu cancelar uma cimeira em Hanói, em 2019, por considerar insuficiente a oferta de desarmamento de Pyongyang.
Alguns analistas defenderam que o gesto acabou por prejudicar a credibilidade de Washington junto do regime norte-coreano.
Desde então, o país asiático virou costas a novas ofertas de diálogo e reforçou a relação com a Rússia.
O editorial norte-coreano condenou ainda as oscilações políticas dos Estados Unidos devido às mudanças de governos, acusando o país de falta de fiabilidade no cumprimento dos acordos.
O texto citou um acordo de 1994, em que um consórcio internacional liderado pelos EUA, pela Coreia do Sul e pelo Japão se comprometeu a construir reatores de água leve na Coreia do Norte em troca do congelamento do programa atómico do regime, antes deste pacto ser abandonado durante a administração de George W. Bush.
"A comunidade internacional já chegou à conclusão de que os Estados Unidos são um país pérfido que não cumpre as promessas", afirmou o editorial.
E concluiu: "Devido aos graves erros estratégicos das sucessivas administrações, chegou a era em que os Estados Unidos devem preocupar-se verdadeiramente com a sua segurança".
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