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Guterres nota importância de unidade após acordo de grupos palestinianos

O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o acordo alcançado hoje em Pequim entre 14 grupos palestinianos, incluindo os mais importantes e conflituantes (Hamas e Fatah), e considerou que a unidade "é crucial para a paz e a segurança".

Guterres nota importância de unidade após acordo de grupos palestinianos
Notícias ao Minuto

21:02 - 23/07/24 por Lusa

Mundo ONU

O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, questionado sobre o assunto na sua conferência de imprensa diária, afirmou que se trata de "um passo importante para melhorar a unidade palestiniana" e encorajou os grupos a prosseguirem o diálogo, os compromissos assumidos em Pequim e a declaração que assinaram.

 

"A unidade palestiniana é crucial para a paz e a segurança e para promover as aspirações do povo palestiniano à autodeterminação e a um Estado palestiniano totalmente independente, democrático, contíguo, viável e soberano", sustentou.

O acordo para formar "um governo temporário de unidade nacional", com autoridade sobre todos os territórios palestinianos (Gaza, Cisjordânia e Jerusalém), foi assinado na cimeira de reconciliação na China, embora resultado de uma mediação mais ampla também por parte do Egito, Argélia e Rússia.

O entendimento, que inclui igualmente a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), prevê que um executivo de unidade será governado pela Lei Básica Palestiniana.

Guterres, que acompanha o assunto, "aprecia os esforços da República Popular da China e de outros países envolvidos para facilitar o processo", segundo o seu porta-voz, acrescentando que o secretário-geral continua empenhado em trabalhar com todas as partes.

As fações palestinianas Hamas e Fatah concordaram em Pequim em formar um governo conjunto, segundo os dois grupos, na mais recente tentativa de resolver uma rivalidade de longa data.

Declarações semelhantes anteriores falharam, levantando dúvidas a propósito do sucesso das negociações patrocinadas pela China no sentido da reconciliação entre o Hamas, que governa a Faixa de Gaza há 17 anos, e a Fatah, a principal força da Autoridade Palestiniana, apoiada a nível internacional, e que administra partes da Cisjordânia.

Os dois grupos emitiram uma declaração conjunta anunciando o entendimento, mas não deram detalhes sobre como ou quando um governo seria formado, dizendo apenas que será concretizado "por acordo entre as fações".

Ambos os lados disseram que o acordo, que não oferece garantias, foi apenas um passo inicial, e prometeram dar seguimento às tentativas de reconciliação anteriores, assinadas em 2011 e 2022.

A declaração surge num momento em que a guerra na Faixa de Gaza avança para o décimo mês e enquanto Israel e o Hamas ponderam uma proposta de cessar-fogo apoiada internacionalmente, que encerraria as hostilidades e libertaria dezenas de reféns israelitas ainda detidos pelo grupo palestiniano.

Uma das questões mais delicadas é o governo da Faixa de Gaza depois da guerra.

Israel opõe-se veementemente a qualquer papel do Hamas, que prometeu destruir após o ataque dos militantes do grupo islamita no sul do país, em 07 de outubro de 2023, e que deixaram quase 1.200 mortos, além de mais de duas centenas de pessoas levadas como reféns.

As autoridades israelitas também se opõem aos apelos dos Estados Unidos para que a Autoridade Palestiniana governe o enclave após o fim dos combates, embora não tenha apresentado uma visão consistente para o pós-guerra.

A Fatah, do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, tem estado por seu lado bastante relutante em partilhar o poder com o seu rival de longa data.

O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinianas em 2006. No ano seguinte, entre tensões crescentes, derrotou as forças leais a Abbas na Faixa de Gaza e, desde então, tem governado o enclave, devastado pela operação militar israelita nos últimos nove meses, com um balanço de cerca de 39 mil mortos, na maioria civis.

Durante a atual guerra, responsáveis ??do Hamas disseram que o grupo islamita, considerado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, não quer voltar a governar o território e que defende a formação de um governo de tecnocratas a ser acordado pelas várias fações palestinianas.

Esse governo preparar-se-ia então para eleições na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, com a intenção de se formar um governo de unidade.

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