Risco de escalada mas também de esperança no Mar Vermelho, Israel e Iémen
O enviado da ONU para o Iémen avisou hoje que os desenvolvimentos recentes no Mar Vermelho, em Israel e dentro do país, "mostram o perigo real de uma escalada regional devastadora", mas também permitem alguma esperança.
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Mundo ONU
Hans Grundberg disse, em declarações ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que as partes em conflito no Iémen -- o governo com reconhecimento internacional e os rebeldes houthis -- o informaram na noite de segunda-feira "que tinham concordado com um caminho de desanuviamento".
Mas, por outro lado, Grundberg apontou que, ao fim de sete meses, os confrontos "atingiram um novo e perigoso nível na semana passada".
Referia-se a um ataque dos houthi com drone a Telavive e à resposta retaliatória israelita ao porto de Hodeida e às suas instalações de petróleo e energia.
Salientou que os ataques dos rebeldes iemenitas aos navios no Mar Vermelho e áreas marítimas vizinhas continuam, que estão a aumentar a repressão "do espaço cívico e das organizações internacionais" e que o agravamento dos problemas económicos tem estado a "traduzir-se em ameaças públicas para um regresso a uma guerra total".
Sobre o acordo entre as partes beligerantes no Iémen, Grundberg agradeceu à Arábia Saudita o seu "papel importante" na obtenção do entendimento, que prevê o "cancelamento de todas as decisões e procedimentos recentes tomados pelas duas partes contra os bancos e a cessação no futuro de qualquer decisão ou procedimento semelhante".
O governo e os rebeldes planeiam, nos termos do acordo anunciado hoje, realizar reuniões para ajudar a resolver as suas disputas económicas e questões humanitárias.
Os dois lados concordaram também em resolver, em reuniões conjuntas, disputas sobre a Yemenia, a companhia aérea nacional do país, que acusa os houthis de congelarem os seus fundos nos bancos de Sanaa.
Os houthis lutam contra uma coligação liderada pela Arábia Saudita desde março de 2015, depois de terem tomado a capital Sanaa e partes do país, forçando o governo internacionalmente reconhecido a procurar refúgio em Aden.
Em dezembro, as duas partes comprometeram-se a respeitar um roteiro desenvolvido sob a égide da ONU, trabalhando no sentido da "retoma de um processo político inclusivo".
Mas os ataques houthi a navios no Mar Vermelho, no seguimento do conflito entre Israel e o grupo palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, e as represálias dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha suspenderam as conversações de paz.
Em maio, o banco central controlado pelo governo proibiu transações com seis bancos na cidade de Sanaa, controlada pelos Huthis, porque estes não cumpriram uma ordem de mudança para Aden.
Os rebeldes, que operam o seu próprio banco central e utilizam notas diferentes com taxas de câmbio próprias, consideraram a decisão como uma "tentativa disfarçada" dos Estados Unidos e da Arábia Saudita de pressionarem os seus sistemas bancários.
Depois, responderam proibindo as transações com 13 bancos em Aden, isolando os nortistas dos bancos do sul.
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