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Bangladesh regressa lentamente à normalidade após distúrbios graves

O Bangladesh está a regressar à normalidade, com um horário de funcionamento ainda limitado de internet após mais de uma semana de manifestações contra as quotas de emprego em que morreram cerca de 200 pessoas. 

Bangladesh regressa lentamente à normalidade após distúrbios graves
Notícias ao Minuto

10:43 - 24/07/24 por Lusa

Mundo Bangladesh

Durante os distúrbios, a maior parte do país ficou privado de ligações através da internet.

 

De acordo com a agência de notícias Associated Press, milhares de veículos circularam hoje nas ruas da capital depois de as autoridades terem abrandado o recolher obrigatório.

Hoje, os escritórios das empresas e as instituições bancárias funcionaram durante algumas horas, enquanto as autoridades restabeleceram a internet de banda larga em algumas zonas de Daca e na segunda maior cidade do país, Chattogram.

As autoridades afirmaram que o recolher obrigatório se manteria em Daca e em outros locais.

Desde 16 de julho, pelo menos 197 pessoas foram mortas em atos de violência, segundo o jornal Prothom Alo, de língua bengali.

A Associated Press não conseguiu confirmar o número de mortos através de fontes oficiais.

As escolas e outros estabelecimentos de ensino permanecem encerrados "até nova ordem".

Desde 15 de julho que se registam confrontos entre a polícia e manifestantes, na maioria estudantes, que exigem o fim de uma quota que reserva 30% dos empregos públicos a familiares de veteranos que combateram na guerra de independência do Bangladesh em 1971.

As situações de violência agravaram-se depois de o Partido Nacionalista do Bangladesh, principal partido da oposição, e o partido de direita Jamaat-e-Islami terem alargado o apoio aos protestos.

No domingo, o Supremo Tribunal ordenou que a quota dos veteranos de guerra de 1971 fosse reduzida para 5% .

Assim, 93% dos postos de trabalho da função pública vão passar a basear-se no mérito e os restantes 2% vão ser reservados aos membros das minorias étnicas, bem como aos cidadãos transexuais e às pessoas com deficiência.

Na terça-feira, o Governo aceitou um veredicto do Supremo Tribunal que reformou o sistema de quotas para os empregos públicos.

O Governo da primeira-ministra Sheikh Hasina congratulou-se com a decisão e declarou estar pronto a cumprir a ordem judicial.

Os manifestantes reclamaram na terça-feira que o Executivo respondesse pelo "derramamento de sangue e pelas mortes" durante os protestos. 

Os manifestantes argumentaram que o sistema de quotas era discriminatório e beneficiava os apoiantes de Hasina, cujo partido, a Liga Awami, liderou o movimento pela independência, e queriam que fosse substituído por um sistema baseado no mérito.

Hasina defendeu o sistema de quotas, afirmando que "os veteranos que lutaram e as mulheres que foram violadas e torturadas em 1971 merecem o maior respeito", independentemente da filiação política.

A Liga Awami e o BNP acusaram-se mutuamente de fomentar o caos político e a violência antes das eleições nacionais que foram marcadas por medidas de repressão contra várias figuras da oposição. 

A sede do principal partido da oposição foi invadida e selada.

A polícia disse ter recuperado barras de ferro e armas artesanais na sede do partido da oposição em Daca.

Bu Mirza Fakhrul Islam Alamgir, secretário-geral do principal partido da oposição, rejeitou as alegações e culpou o Governo pelo elevado número de mortes.

Hasina tem estado a realizar uma série de reuniões com os chefes dos três ramos das Forças Armadas, com os principais líderes empresariais e com os parceiros políticos, mantendo que o recolher obrigatório foi imposto para restabelecer a normalidade.

A chefe do Executivo culpou igualmente a oposição pelos atos de violência e afirmou que os autores têm de ser responsabilizados.

A Embaixada dos Estados Unidos descreveu a situação no domingo como volátil e imprevisível, acrescentando que foram utilizadas armas de fogo, gás lacrimogéneo e outras armas nas imediações da embaixada.

Leia Também: Mais de 2.500 pessoas detidas em protestos no Bangladesh

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