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Guterres denuncia "situação de terror" com operações israelitas em Gaza

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que a forma como Israel conduz a guerra em Gaza, associada às dificuldades de garantir ajuda humanitária, criaram "uma situação de terror verdadeiramente dramática".

Guterres denuncia "situação de terror" com operações israelitas em Gaza
Notícias ao Minuto

20:12 - 25/07/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

A campanha militar está a provocar "o maior impacto de mortes e destruição de que eu me recorde", disse Guterres, que aludiu ainda à "natureza caótica" desta campanha que se reflete nas ordens emitidas pelo Exército israelita para que os palestinianos abandonem as suas casas e se desloquem para o centro do enclave, de seguida do centro para o sul, e de novo de sul para norte.

 

"Em qualquer momento dizem às pessoas que se desloquem para outro lugar, e as pessoas deslocam-se em busca de uma segurança que já não existe em qualquer lugar", lamentou, numa referência aos 1,9 milhões de palestinianos retirados dos seus lugares e deslocados, em muitos casos por várias ocasiões.

A esta situação associam-se os entravas à ajuda humanitária impostos por Israel, que cria "permanentes obstáculos à negociação e coloca uma dificuldade a seguir a outra" para a sua entrada e distribuição, alegando motivos de segurança ou de suposto uso indevido dessas ajudas.

Guterres acusou ainda o Exército israelita de disparar em três ocasiões distintas, nos últimos cinco dias, em direção a veículos que transportavam ajuda humanitária.

Uma situação que motivou "total insegurança e total anarquia", agravada pelo facto de a "comunidade internacional ter respondido parcialmente" ao apelo humanitário para Gaza e ter apenas garantido 36% do financiamento requerido, acrescentou.

O secretário-geral da ONU concluiu ao sublinhar "o modo como [Israel] conduz as suas operações militares e as circunstâncias dramáticas de distribuição de ajuda humanitária e que motivaram uma situação de terror humano".

Devido às suas críticas abertas a Israel, Guterres está a ser boicotado pelo Governo de Benjamin Netanyahu praticamente desde o início do atual conflito, com o primeiro-ministro israelita a não atender nenhuma das suas chamadas nem ter solicitado um encontro durante a sua atual visita aos Estados Unidos, reconheceu Guterres.

Ao ser questionado sobre as palavras de Netanyahu na quarta-feira no Congresso sobre o futuro da Faixa de Gaza -- desmilitarizada, desrradicalizada e com controlo israelita sobre a sua segurança -- Guterres apenas referiu que "nada do que se disse merece o meu comentário", voltando a defender a solução de dois Estados como a única possível.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e perto de 90 mil feridos, bem como um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Em maio, a ONU declarou que as mulheres e crianças representam pelo menos 56% das pessoas mortas desde o início do atual conflito, com base em dados do Ministério da Saúde do Hamas.

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