Emirados querem missão internacional em Gaza após fim do conflito

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) defenderam hoje o envio de "uma missão internacional temporária" para a Faixa de Gaza após o fim da ofensiva de Israel no enclave, apesar das várias fações palestinianas já terem rejeitado esta possibilidade.

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© Anas Zeyad Fteha/Anadolu via Getty Images

Lusa
26/07/2024 14:27 ‧ 26/07/2024 por Lusa

Mundo

EAU

Para as autoridades dos Emirados, esta missão teria como foco restabelecer a ordem e responder às necessidades humanitárias da população do pequeno enclave palestiniano.

 

A secretária de Estado para a Cooperação Internacional dos EAU, Reem Al Hashimy, afirmou hoje que "a consolidação da paz e da segurança e o fim do sofrimento humano devem começar com o envio de uma missão internacional temporária para Gaza, com um convite formal do governo palestiniano".

A representante sublinhou que "um novo primeiro-ministro credível e independente deve liderar este governo e garantir operações transparentes em conformidade com os mais elevados padrões mundiais", acrescentando que esse executivo deve empreender "as reformas necessárias" para "enfrentar os desafios dos palestinianos e satisfazer as suas legítimas aspirações à independência".

Reem Al Hashimy argumentou ainda que esta missão internacional seria responsável "por responder eficazmente à crise humanitária enfrentada pela população de Gaza, estabelecer a lei e a ordem, lançar as bases da democracia e preparar o caminho para a reunificação de Gaza e da Cisjordânia sob uma única e legítima Autoridade Palestiniana".

Cerca de 15 fações palestinianas, incluindo a Fatah (partido político que lidera a Autoridade Palestiniana) e o Hamas (grupo islamita palestiniano que controla Gaza desde 2007), assinaram esta semana um acordo em Pequim para pôr fim às suas divisões e formar um governo de unidade.

Até agora, todas as fações rejeitaram a possibilidade de envio de tropas estrangeiras para Gaza após o fim do conflito com Israel.

Nas mesmas declarações, Reem Al Hashimy afirmou que um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas são medidas necessárias e seriam um passo prévio, frisando ainda que "um regresso ao 'status quo' anterior a 07 de outubro de 2023 [data do início da guerra no enclave] não alcançará uma paz sustentável para palestinianos, israelitas e para a comunidade internacional em geral".

"Israel, como potência ocupante, deve fazer a sua parte para concretizar a visão da comunidade internacional", argumentou a secretária de Estado, argumentando que Gaza "não pode recuperar se continuar a viver sob bloqueio ou se uma autoridade palestiniana legítima não puder assumir o controlo das suas responsabilidades".

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Menina de dois anos sobrevive a ataque em Gaza. Toda a família morreu

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