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Três líderes da contestação estudantil no Bangladesh levados do hospital

Três lideres da contestação estudantil no Bangladesh, incluindo Nahid Islam, foram retirados de um hospital da capital Daca por inspetores da polícia para local desconhecido, declarou um membro do pessoal hospitalar à agência noticiosa AFP.

Três líderes da contestação estudantil no Bangladesh levados do hospital
Notícias ao Minuto

14:56 - 26/07/24 por Lusa

Mundo Bangladesh

Asif Mahmud, Nahid Islam e Abu Baker Majumder são membros dos Estudantes contra a discriminação, a organização que liderou os protestos estudantis contra a imposição de quotas para acesso à função pública.

 

"Eles foram retirados", afirmou Anwara Begum Lucky, responsável no hospital Gonoshasthaya. "Os homens pertenciam à secção de investigação... [Os estudantes] estavam a receber um tratamento aqui".

A mesma responsável acrescentou que se opôs à saída dos líderes estudantis, mas a polícia fez pressão sobre o diretor do hospital para que fosse retirados.

Fatema Tasnim, irmã de Nahid Islam, declarou à AFP que seis detetives à civil levaram os três homens.

Pelo menos 193 pessoas foram mortas durante a repressão policial e confrontos desde o início do movimento, de acordo com um balanço da AFP a partir de dados fornecidos pela polícia e os hospitais. Foi imposto um recolher obrigatório, suavizado na quinta-feira com liberdade de circulação entre as 10:00 e as 17:00, mas milhares de soldados ainda patrulham as principais cidades e permanecem cortes nas ligações da Internet.

Este foi um dos mais graves protestos no país desde o mandato da primeira-ministra Sheikh Hasina.

Os três estudantes estavam a ser tratados num hospital de Daca devido a ferimentos provocados, como referiram, por torturas infligidas quando permaneceram detidos.

A polícia deteve pelo menos 4.000 pessoas desde o início das violências, incluindo 2.500 em Daca, segundo informações da polícia à AFP.

Na quinta-feira a ONU pediu às autoridades do país que "divulguem urgentemente todos os detalhes da repressão das manifestações", e a disposição em participar "num inquérito imparcial, independente e transparente" sobre presumíveis violações dos direitos humanos.

A contestação foi desencadeada após a reintrodução em junho de um regime que reservava a determinados candidatos mais de metade dos empregos na função pública, incluindo perto de um terço para os descendentes dos veteranos da guerra de independência do Bangladesh.

Neste país da Ásia do sul onde cerca de 18 milhões de jovens estão desempregados, segundo os números oficiais, este sistema suscitou indignação entre os diplomados, confrontados com uma grave crise de emprego. Segundo os contestatários, estas quotas destinavam-se a reservar empregos públicos para os apoiantes da Liga Awami da primeira-ministra.

No domingo o Governo reduziu o número de quotas que tinha reservado, mas os manifestantes pretendem a abolição deste sistema.

De acordo com a nova ordem governamental, 93% dos empregos públicos serão concedidos por mérito, com apenas sete por cento reservados de determinados grupos. Cinco por cento serão destinados a familiares dos combatentes na guerra da independência, um por cento para minorias étnicas e um por cento para pessoas com deficiência.

Leia Também: ONU pede inquérito "imparcial" sobre a repressão no Bangladesh

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