Numa declaração conjunta emitida em Tóquio, os dois países "registam com preocupação a crescente e provocadora cooperação militar estratégica" da Rússia com a China e "condenaram veemente o aprofundamento da cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte".
O secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário da Defesa, Lloyd Austin, juntaram-se aos homólogos japoneses, Yoko Kamikawa e Minoru Kihara, no Comité Consultivo de Segurança Japão-EUA, para reafirmar a sua aliança, após a saída do presidente Joe Biden da corrida presidencial norte-americana.
"Estamos num ponto de viragem na história, uma vez que a ordem internacional baseada em regras, livre e aberta está a ser abalada", afirmou o secretário da Defesa japonês, Kamikawa, acrescentando que "esta é uma fase crítica".
No discurso de abertura do comité, o secretário da Defesa norte-americano afirmou que a China está "a adotar um comportamento coercivo, tentando alterar o 'status quo' nos mares da China oriental e do sul, em torno de Tawain e em toda a região".
Austin destacou ainda que o programa nuclear da Coreia do Norte e o aprofundamento da cooperação com a Rússia "ameaçam a segurança regional e global".
O norte-americano afirmou também que os ministros planeavam discutir no encontro "esforços históricos para modernizar" as estruturas de comando e controlo dos EUA e do Japão, o que implicaria a atualização do sistema norte-americano para em março existir um comando de controlo unificado.
"Será um dos desenvolvimentos mais significativos na história da nossa aliança", salientou Austin.
O Japão acolhe mais de 50.000 soldados norte-americanos, mas o comandante das forças dos EUA no Japão não tem autoridade de comando, estando essa autoridade assente no comando do Indo-Pacífico, no Havai.
Os responsáveis devem simultaneamente discutir o reforço da coordenação de informações, vigilância e cibersegurança, competências que o Japão necessita de melhorar para enfrentar futuras ameaças.
No encontro estima-se que também será discutido o aumento da produção japonesa dos intercetores de mísseis terra-ar PAC-3 para exportação para os EUA.
O Japão e os EUA têm vindo a acelerar a cooperação na indústria de armamento na sequência de um acordo celebrado em abril entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e Joe Biden.
Antes do encontro, o secretário de Estado japonês reuniu-se com o secretário da Defesa norte-americano e o ministro da Defesa sul-coreano, Shin Won-sik. Do encontro resultou a assinatura de um memorando que serve de base para a futura cooperação em matéria de defesa entre os três países.
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