Autoridades do Zimbabué prenderam 18 ativistas políticos

A polícia do Zimbabué prendeu 18 ativistas políticos e arrastou alguns deles para fora de um avião, disseram hoje os seus advogados, na mais recente repressão por parte do Governo.

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Lusa
01/08/2024 15:00 ‧ 01/08/2024 por Lusa

Mundo

Zimbabué

O grupo Advogados do Zimbabué para os Direitos Humanos disse que estava a representar os ativistas, que foram detidos na quarta-feira.

 

Entre os ativistas detidos encontra-se Namatai Kwekweza, um ativista pró-democracia de 25 anos e o vencedor inaugural do Prémio Kofi Annan NextGen para a Democracia em 2023. O prémio é atribuído pela fundação do falecido secretário-geral das Nações Unidas a jovens empenhados nos princípios da democracia.

A Amnistia Internacional condenou as detenções, enquanto a fundação de Kofi Annan afirmou estar "profundamente preocupada" com o incidente.

 Kwekweza e três outros ativistas foram retirados de um avião na pista do Aeroporto Internacional Robert Mugabe, na capital, Harare.

Outros 14 ativistas foram detidos no mesmo dia por realizarem um protesto noutra cidade.

Os quatro retirados do avião estão a ser acusados de conduta desordeira por terem participado num protesto no tribunal no final de junho, exigindo a libertação de 77 membros do partido da oposição que se encontram em prisão preventiva há mais de seis semanas.

Os 77 ativistas foram detidos durante um churrasco em casa de um dos seus líderes.

A polícia afirmou que se reuniram "com a intenção de promover a violência, a violação da paz ou o fanatismo".

O Presidente Emmerson Mnangagwa, que substituiu o autocrata Robert Mugabe num golpe de Estado em 2017, tem sido acusado de reprimir a oposição política de forma semelhante a Mugabe, que liderou o país durante 37 anos desde a independência.

Numerosos membros da oposição, estudantes universitários e sindicalistas foram presos desde que Mnangagwa, de 81 anos, se tornou Presidente desta nação que faz fronteira com Moçambique.

Mnangagwa nega ser opressor, mas advertiu a oposição contra o que chamou de incitação à violência.

As autoridades têm-se esforçado por reprimir quaisquer novos protestos antes da reunião dos líderes da África Austral em Harare, em 17 de agosto.

Mnangagwa, a primeira-dama do Zimbabué e outros foram sancionados pelos Estados Unidos da América no início deste ano por alegado envolvimento no contrabando de ouro e diamantes e em violações dos direitos humanos.

Leia Também: Zimbabué. Detidos 44 estudantes de organização com ligações à oposição

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