Um adolescente de 17 anos, um dos quatro detidos na sequência de um incêndio em Nice, França, admitiu o seu envolvimento no crime e disse ter sido recebido dinheiro. O incêndio ocorreu na madrugada de 18 de julho e provocou a morte a sete pessoas da mesma família, incluindo três crianças.

Segundo a imprensa francesa, que cita um comunicado do Ministério Público de Nice divulgado esta quinta-feira, o jovem é já conhecido pela polícia por tráfico de droga, mas nunca foi condenado. 

Foi detido a 30 de julho, quase duas semanas após o crime, quando se encontrava a bordo de um autocarro com destino a França, na fronteira com Espanha. Tinha "tomado a decisão de regressar [a França] e entregar-se", depois de "alguns dias em fuga em Espanha", explicou o procurador local, Damien Martinelli.

Presente às autoridades, admitiu o seu envolvimento no crime, que vitimou três crianças, e disse ter sido pago. No entanto, negou ter sido o responsável pelo incêndio.

Sublinhe-se que cinco homens, incluindo o menor de 17 anos, são suspeitos de estarem envolvidos no crime. Até ao momento, quatro já foram detidos e o quinto, de 18 anos, está a ser procurado pela polícia. 

Um dos suspeitos, de 25 anos, entregou-se à polícia na companhia do seu advogado horas após o incêndio. Confessou ter sido responsável por levar outros três homens até ao local, sem, no entanto, ter conhecimento das suas intenções criminosas.

O segundo homem, de 21 anos, foi detido a 21 de julho e o terceiro a 24 de julho, cerca de uma semana após o incêndio.

De acordo com o Ministério Público, em causa estará um "ajuste de contas" num contexto de tráfico de droga. No entanto, as vítimas não estavam "de forma alguma direta ou indiretamente envolvidas nesta guerra de territórios".

"Para além destas detenções, é ainda necessário identificar e localizar os eventuais mandantes, que terão de assumir oportunamente a responsabilidade", assegurou o procurador.

As sete vítimas - entre as quais três crianças de 5, 7 e 10 anos e um adolescente de 17 anos - eram todas da mesma família, oriunda de Comores. 

Pouco antes do início do incêndio, as câmaras de videovigilância da cidade de Nice viram um carro preto entrar no bairro. Às 2h25, três jovens, vestidos com roupas claras e com os rostos não disfarçados, aproximaram-se do prédio. Com uma grande pedra na mão, um deles bate quatro vezes na porta de entrada, acabando por partir o vidro.

Leia Também: Detido 3.º suspeito do incêndio mortal em Nice. Dois suspeitos a monte