A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, conversou com a viúva do opositor russo Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, a quem assegurou que "continuará ao lado dos que lutam pela liberdade na Rússia e no mundo", no rescaldo da troca de prisioneiros entre Moscovo e o Ocidente.
"A vice-presidente congratulou-se com a libertação destes indivíduos e reafirmou que continuará a apoiar aqueles que lutam pela liberdade na Rússia e em todo o mundo", lê-se, num comunicado divulgado pela Casa Branca.
A número dois de Joe Biden terá também elogiado Navalnaya "pela sua coragem em continuar o trabalho do seu marido em prol da justiça e do Estado de direito na Rússia".
Sublinhe-se que o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, confirmou, esta quinta-feira, que Navalvy estaria incluído nesta troca de prisioneiros, de acordo com a imprensa norte-americana.
Yulia Navalnaya, que já reagiu à troca de prisioneiros, salientou que é "uma alegria vê-los todos fora do cativeiro" e "a salvo do regime" do presidente russo. Apontou, no entanto, que a luta continua.
"Ainda temos de lutar: Daniel Kholodny, Vadim Kobzev, Alexei Liptser, Igor Sergunin. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir a sua libertação. Liberdade para todos os presos políticos!", disse, na rede social X (Twitter).
Por seu turno, o principal aliado de Navalny, Leonid Volkov, apontou que "a ‘troca de Navalny’ finalmente aconteceu, mas sem Navalny", o que “é muito doloroso”.
“Sim, esta é a mesma troca em que, como esperávamos, Alexei Navalny deveria ter sido libertado em fevereiro deste ano. Mas Putin decidiu ‘virar o tabuleiro’ e que não entregaria Navalny por nada. E matou-o literalmente dois dias antes de a troca poder ter lugar”, acusou, na mesma rede social.
Recorde-se que Navalnaya, que prometeu continuar a causa do marido a partir do exílio no estrangeiro, acusou Putin de ser responsável pela morte de Navalny, tendo afirmado que o poder do chefe de Estado se baseia em "desinformação, mentiras, enganos e provocações".
Navalny morreu subitamente a 16 de fevereiro, um mês antes das eleições presidenciais de 17 de março, em que Putin era o candidato favorito, depois de dar um passeio na penitenciária IK-3 na cidade de Jarp, no Ártico, de acordo com as autoridades prisionais.
Já esta quinta-feira, 26 pessoas de prisões de sete países diferentes foram libertadas, segundo a presidência turca, que assumiu ter coordenado a operação.
Leia Também: "A 'troca de Navalny' finalmente aconteceu, mas sem Navalny. É doloroso"