O antigo presidente do governo regional da Catalunha Carles Puigdemont reapareceu, este sábado, num vídeo publicado nas redes sociais após ter estado, na quinta-feira, em Barcelona, onde voltou a exigir a independência da Catalunha. "Só existe um objetivo final que dá sentido a tudo o que podemos fazer: a liberdade. A liberdade individual e a liberdade do nosso país", afirmou Puigdemont.
No vídeo partilhado na rede social X (antigo Twitter), Puigdemont adianta que a partir daqui se abre "uma nova etapa" na defesa da independência da Catalunha, onde todos se devem comprometer a "lutar com cada um dos seus esforços", apesar das circunstâncias pessoais, "mas sem desistir", conforme descreve o jornal espanhol AS.
Puigdemont apelou que os independentistas devem "lutar" e "explicar as razões" pelas quais querem a independência da região. "Devemos chegar a todos os cantos do país, cada um com a sua linguagem, com a sua estratégia", referiu.
Només hi ha un objectiu final que dona sentit a tot el que puguem fer: la llibertat. La llibertat individual i la llibertat del nostre país. pic.twitter.com/WvAJZlYxOa
— krls.eth / Carles Puigdemont (@KRLS) August 10, 2024
O ex-presidente referiu ainda que na passada quinta-feira pretendia entrar no Parlamento, durante a visita a Barcelona. "Voltei diante de milhares de pessoas no dia da inauguração. Queria entrar no Parlamento e poder exercer o direito de palavra e de voto, mas desde o início da manhã ficou claro que o Departamento do Interior tinha organizado um dispositivo policial para me impedir de entrar no Parlamento", afirmou Puigdemont.
O antigo presidente do governo regional referiu ainda que nunca quis entregar-se às autoridades.
Puigdemont deixou ainda críticas ao Governo, acusando-o de não se comportar "de forma democrática". "A repressão é feroz e está sendo levada a cabo contra as pessoas como se fossem criminosas e desprezassem os responsáveis políticos", atirou.
"A luta pela independência nunca pode ser separada da defesa acérrima dos direitos fundamentais, direitos que protegem todos os independentistas", referiu ainda.
De salientar que, na passada quarta-feira, Puigdemont regressou a Espanha sete anos após ter protagonizado a declaração unilateral de independência da Catalunha e de ser alvo de um mandado de detenção pelas autoridades espanholas.
Pelo menos três membros dos Mossos d'Esquadra foram detidos pela própria polícia da Catalunha por suspeita de terem ajudado Puigdemont a chegar ao centro de Barcelona e depois a fugir sem ser detido, na quinta-feira.
O Supremo Tribunal de Espanha recusou, num primeiro parecer, conceder a amnistia para independentistas a Carles Puigdemont aprovada pelo parlamento espanhol, pelo que o antigo presidente do governo regional continua a ser alvo de um mandado de detenção em Espanha.
Eleito deputado nas eleições catalãs de 12 de maio, Puigdemont tinha anunciado que estaria na sessão parlamentar de quinta-feira convocada para investir o socialista Salvador Illa novo presidente do governo catalão.
A polícia tinha montado um perímetro de segurança em redor do parlamento, com uma barreira policial que Puigdemont teria de cruzar para aceder ao edifício, mas nunca chegou a esse local, onde se esperava que fosse detido.
Os Mossos d'Esquadra acionaram depois a "operação Jaula", um dispositivo de segurança, com controlo de estradas, para tentar localizá-lo, mas sem sucesso.
[Notícia atualizada às 15h55]
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