O avião que caiu em Vinhedo, no estado brasileiro de São Paulo, já tinha sofrido danos em março deste ano.

A informação é avançada pelo g1, que dá conta que tudo se passou no dia 11 desse mês, na sequência de uma aterragem. Em causa estariam danos na parte inferior da cauda do avião.

Segundo as imagens obtidas pelo g1, dá para ver a quebra na fuselagem, assim como óleo a escorrer em alguns pontos da estrutura. Também a parte interna de um dos pneus aparece exposta.

A imprensa adianta que os danos foram comunicados às autoridades competentes depois da aterragem e viagem em causa, que aconteceu entre Recife e Salvador. Uma funcionária contou ao g1, sob condição de anonimato, que um dos pneus rebentou no momento da descolagem.

"Os colegas de empresa contaram que o pneu desse avião já estava com problemas, precisando de troca, mas não foi trocado talvez porque entenderam que estava 'ok' para voo. Ele já estava com problemas por conta dessa lesão que pegou na superfície que freia o avião. O avião bateu a cauda no chão. O piloto possivelmente tentou fazer o que pôde, estava dentro dos seus treinos e o que resultou é que contaram que parece que o avião até levantou um pouco o nariz por conta da descompensação", detalhou.

Segundo um documento obtido pelo g1, a situação causou um "dano estrutural" no voo do avião. Terá sido também feita uma queixa à Agência Nacional de Aviação Civil sobre outro problema no mesmo avião, que dava conta de um "grande vazamento de pressão da porta de serviço".

"[Por] essas frestas você consegue ver o ar, o horizonte. São frestas grandes. Muito barulho, aquele barulho de ventilação, de vento entrando no avião. E isso traz insegurança para o comissário que está ali pousando, descolando, e não sabe o que pode acontecer com aquela porta", lê-se no g1.

A queda do avião, que matou 62 pessoas na sexta-feira, está a ser investigada, e os dados das caixas negras da aeronave já foram obtidos. As autoridades deverão publicar um relatório sobre as informações dentro de um mês. Especialistas e pilotos explicaram também à imprensa brasileira que também o acumular de gelo nas estruturas de sustentação do ATR-72 podem ter sido um problema - e que, apesar de haver sistemas para eliminar o congelamento, os equipamentos podem não ter sido suficientes ou não estar a funcionar de forma correta.

Em reação à notícia, um utilizador nas redes sociais deu conta de que tinha estado no voo de março, e descreveu a situação: "Eu estava no voo de Recife para Salvador, em março que esse avião fez uma aterragem muito perigosa, que ficou em manutenção um tempo, foi terrível", lê-se na publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).

Eu estava no vôo de Recife para Salvador, em março que esse avião fez uma aterrisssagem muito perigosa, que ficou em manutenção um tempo, foi terrível.

— Tarcio Brayner (@TarcioBrayner) August 12, 2024

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