Um responsável europeu confirmou os contactos telefónicos de Michel com os líderes do Irão, no sábado, e de Israel, na terça-feira.
Nessas conversas, Michel expressou preocupação de que a região pudesse mergulhar numa "guerra mais ampla" e apelou às partes para "fazerem todo o possível para a evitar".
Israel intensificou a campanha de bombardeamentos seletivos contra o país vizinho na sequência dos assassinatos seletivos do comandante máximo do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, e do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, e que originaram um aumento da tensão regional.
O Irão e o Hezbollah ameaçaram com represálias, mas duas semanas após os assassínios, atribuídos a Israel, ainda não ocorreu qualquer resposta, apesar de os Estados Unidos já terem admitido uma ação de retaliação no decurso desta semana.
Neste contexto, Estados Unidos, Qatar e Egito anunciaram uma reunião para quinta-feira com o objetivo de obter um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e que também poderá implicar o fim das hostilidades no sul do Líbano.
Também hoje, Charles Michel pediu a Pezeshkian "contenção máxima" e apoio à estabilidade na região, deixando de lado os movimentos que possam agravar a crise, depois de Teerão ter prometido responder à morte de Haniyeh no seu próprio território.
Nessa linha, exigiu apoio à iniciativa do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos para alcançar um cessar-fogo em Gaza, depois de os mediadores terem fixado o dia 15 de agosto como data-limite para Israel e o Hamas selarem um acordo.
A nível bilateral, o antigo primeiro-ministro belga reconheceu que as relações entre a União Europeia (UE) e o Irão estão num "ponto baixo" e criticou o apoio de Teerão à Rússia na sua invasão militar da Ucrânia.
Na sua conversa telefónica com Netanyahu, Michel enviou uma mensagem semelhante, apontando a necessidade de reduzir a tensão e evitar uma guerra regional no Médio Oriente.
Apesar de reconhecer o direito de Israel se defender dos ataques do Hamas, Michel pediu ao primeiro-ministro israelita que respeitasse o direito internacional e cumprisse as ordens do Tribunal Pena Internacional, que apelou ao fim da ofensiva em Gaza devido ao risco de um genocídio.
Michel partilhou ainda a "extrema preocupação" da UE com a situação humanitária em Gaza, em particular com o risco de propagação da fome, condenando os colonatos ilegais e as tentativas de prejudicar a solução de dois Estados no Médio Oriente, bem como os ataques à Autoridade Palestiniana.
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