80 mortos em ataque paramilitar no sudeste do Sudão

Oitenta pessoas foram mortas e muitas outras feridas num ataque de paramilitares no Estado de Sennar, no sudeste do Sudão, mais de 16 meses após o início da guerra, informou hoje uma fonte médica.

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Lusa
16/08/2024 15:50 ‧ 16/08/2024 por Lusa

Mundo

Sudão

"Recebemos 55 mortos e dezenas de feridos no hospital na quinta-feira, 25 dos quais morreram hoje, elevando o número de mortos para 80", disse à agência de notícias France-Press (AFP) uma fonte médica que trabalha no hospital da aldeia de Jalgini.

 

"Ontem de manhã [quinta-feira], três veículos armados atacaram Jalgini, mas os moradores resistiram, fazendo com que os paramilitares se retirassem e voltassem com dezenas de veículos", disse à AFP um morador de Jalgini, enquanto carregava o filho, ferido, para o hospital.

A mesma testemunha acrescentou que "abriram fogo, queimaram as casas e mataram várias pessoas, alguns dos corpos ainda estavam espalhados pelas ruas da aldeia na sexta-feira".

Os paramilitares controlam Sinja, a capital de Sennar, desde o final de junho. Os combates entre o exército e os paramilitares no Estado de Sennar já deslocaram cerca de 726.000 pessoas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O Estado de Sennar, que já albergava mais de meio milhão de pessoas deslocadas antes dos combates, segundo a OIM, liga o centro do Sudão ao sudeste controlado pelo exército, onde centenas de milhares de outras pessoas deslocadas encontraram refúgio.

Os paramilitares controlam a maior parte da capital Cartum, o estado central de al-Jazira, a vasta região ocidental de Darfur e grandes extensões do sul do Cordofão.

Desde abril de 2023, a guerra no Sudão opõe o exército, sob o comando do general Abdel Fattah al-Burhane, às forças paramilitares de apoio rápido (RSF) lideradas pelo seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Daglo.

O conflito levou o país à beira da fome, segundo a ONU, e provocou dezenas de milhares de mortos, com algumas estimativas que apontam para 150.000, de acordo com o enviado dos EUA para o Sudão, Tom Perriello.

O conflito provocou também a deslocação interna de mais de dez milhões de pessoas e devastou as infraestruturas do país.

Ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra por terem deliberadamente visado civis e bloqueado a ajuda humanitária.

Leia Também: Chuvas torrenciais no Sudão fazem 65 mortos

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