Na sequência do rapto, o banco anunciou a suspensão das operações até à libertação de Emsalem, raptado à porta de casa.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo rapto, nem o banco forneceu mais pormenores sobre o que aconteceu, mas, posteriormente, o Conselho Presidencial anunciou a demissão do governador do BCL, Sadiq al Kabir, e de todo o conselho de administração.
O próprio Al Kabir tinha-se reunido com o embaixador e enviado especial americano na Líbia, Richard Norland, a quem transmitiu "crescentes ameaças à segurança do Banco Central e à segurança dos seus trabalhadores e sistemas".
Norland, por seu lado, transmitiu o "apoio total" dos EUA ao BCL face a estas ameaças e defendeu a promoção da estabilidade na instituição, a fim de que esta possa exercer plenamente as suas funções. Washington também rejeitou "as tentativas de mudar a direção do banco pela força".
O sequestro do diretor acontece uma semana depois de um ajuntamento de dezenas de pessoas, possivelmente armadas, em frente à sede do banco na capital líbia, Tripoli, para destituir o governador da instituição.
Em funções desde 2012, Sadiq al Kabir era criticado pelos seus opositores pela gestão do orçamento e dos lucros inesperados do setor petrolífero do país, rico em hidrocarbonetos.
Por seu lado, Norland, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter), considerou "inaceitável" uma destituição forçada do governador, referindo que a Líbia poderá perder o seu acesso aos mercados financeiros internacionais.
Mergulhada no caos depois da queda e morte do ditador Mouammar Kadhafi em 2011, a Líbia é governada por dois executivos rivais: o GNU, de Abdelhamid Dbeibah, radicado no oeste do país e reconhecido pelas Nações Unidas, e o outro, no este, apoiado pelo marechal Khalifa Haftar.
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