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Diplomata britânico demite-se após críticas a venda de armas a Israel

Um diplomata britânico em funções na Irlanda demitiu-se após criticar a venda de armas pelo Reino Unido a Israel, afirmando que o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico "pode ser cúmplice de crimes de guerra".

Diplomata britânico demite-se após críticas a venda de armas a Israel
Notícias ao Minuto

16:17 - 19/08/24 por Lusa

Mundo Reino Unido

Não há "qualquer justificação para a continuação da venda de armas do Reino Unido a Israel", escreveu Mark Smith no seu e-mail de demissão enviado aos colegas e divulgado nas redes sociais.

 

Mark Smith estava destacado na embaixada britânica em Dublin, onde foi segundo secretário especializado em questões de terrorismo, um cargo relativamente baixo no âmbito da hierarquia do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O diplomata em questão descreve-se também como um perito em política de venda de armas.

Segundo a estação pública britânica BBC, Mark Smith escreveu ao ministro dos Negócios Estrangeiros informando-o da sua demissão e instando-o a rever urgentemente a abordagem do Reino Unido à guerra na Faixa de Gaza, em curso há mais de dez meses.

"Todos os dias assistimos a exemplos claros e indiscutíveis de crimes de guerra e violações do direito internacional humanitário em Gaza perpetrados pelo Estado de Israel", escreveu Smith no seu e-mail de demissão.

O funcionário diplomático acusou o Governo britânico de não dispor de uma licença de exportação de armas "sólida e transparente".

As suas preocupações sobre a legalidade das vendas de armas a Israel, que tinha levantado "a todos os níveis" do Ministério dos Negócios Estrangeiros, foram "ignoradas", disse ainda na mesma mensagem de correio eletrónico.

Contactado pela agência noticiosa francesa AFP, o ministério não quis comentar a demissão.

"O Governo está empenhado em respeitar o direito internacional", afirmou um porta-voz.

"Deixámos claro que não exportaremos peças que possam ser utilizadas para cometer ou facilitar uma violação grave do direito humanitário internacional", acrescentou o porta-voz.

Depois de ter tomado posse no início de julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, pediu uma revisão para determinar se as licenças de exportação de armas do Reino Unido para Israel podiam facilitar as violações do direito humanitário internacional.

"Forneceremos uma atualização assim que este processo de revisão estiver concluído", afirmou a diplomacia britânica numa declaração.

David Lammy já indicou que não haverá uma "proibição geral" da venda de armas a Israel, mas que irá "examinar as questões relacionadas com as armas ofensivas em Gaza".

Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas estão envolvidos num conflito na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.

Leia Também: Acordo de cessar-fogo? Israel está "a negociar" mas "não a ceder"

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