Bielorrússia mobiliza tropas e aeronaves para fronteira ucraniana

A Bielorrússia mobilizou hoje aeronaves e militares para a sua fronteira com a Ucrânia, um dia depois de o Presidente Alexander Lukashenko ter anunciado que iria posicionar quase um terço das Forças Armadas junto ao país vizinho.

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Lusa
19/08/2024 20:30 ‧ 19/08/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Além dos caças e militares de defesa área, as forças bielorrussas também mobilizaram mísseis antiaéreos e soldados do corpo técnico de rádio do país, adiantou o major-general Andrey Lukyanovich, comandante das Forças de Defesa Aérea da Bielorrússia, em declarações na estação de televisão nacional.

 

Lukyanovich descreveu a medida como um aumento significativo na mobilização de recursos, segundo a agência Associated Press (AP).

O chefe de Estado da Bielorrússia tinha anunciado no domingo a mobilização de quase um terço das suas Forças Armadas para a fronteira com a Ucrânia.

Embora não tenha especificado o número de tropas, o Exército da Bielorrússia conta com cerca de 60.000 operacionais.

Lukashenko realçou que a decisão é uma resposta à mobilização de tropas ucranianas adicionais ao longo da fronteira, informação que não pôde ser verificada de forma independente.

A Ucrânia não confirmou a movimentação de tropas da Bielorrússia para a fronteira comum de 1.084 quilómetros.

A Rússia utilizou a Bielorrússia -- que depende de empréstimos russos e de energia barata -- como palco para a sua invasão em grande escala da Ucrânia, deslocando as suas tropas através do território bielorrusso para atacar a Ucrânia a partir do norte.

Moscovo também transferiu algumas das suas armas nucleares táticas para a Bielorrússia em 2023.

Lukashenko pediu no domingo negociações entre a Rússia e a Ucrânia, mas disse que a atual incursão de Kiev na região russa de Kursk impediu as negociações.

Sobre a incursão ucraniana na região russa o chefe de Estado bielorrusso considerou a escalada como uma tentativa de provocar Moscovo.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nos últimos dias, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Ucrânia? Scholz garante apoio da Alemanha apesar dos cortes orçamentais

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