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Supremo da Rússia mantém três advogados de Navalny em prisão preventiva

O Supremo Tribunal da Rússia decidiu hoje manter em prisão preventiva três advogados do líder da oposição russa Alexei Navalny, que morreu em fevereiro, em circunstâncias suspeitas numa prisão do Ártico.

Supremo da Rússia mantém três advogados de Navalny em prisão preventiva
Notícias ao Minuto

16:44 - 20/08/24 por Lusa

Mundo Rússia

"O Supremo Tribunal rejeitou o recurso dos advogados Vadim Kobzev, Igor Sergunin e Alexei Liptser", declarou uma porta-voz judicial à agência noticiosa Rapsi.

 

Os juristas, detidos em outubro de 2023 por "participação numa organização extremista", pediam a alteração da medida cautelar e a transferência do processo dos tribunais da cidade de Vladimir para a capital russa, onde exerciam a sua profissão e residiam de forma permanente antes de serem detidos.

Anteriormente, os três advogados do falecido político da oposição já tinham sido incluídos pelas autoridades russas na sua lista de terroristas e extremistas.

Na mesma lista, encontram-se também outros dois juristas que trabalhavam com Navalny e que agora estão no exílio.

Na passada sexta-feira, os familiares e apoiantes do líder da oposição russa deslocaram-se ao cemitério Borisovo, em Moscovo, para lhe prestar homenagem, seis meses após a sua morte na prisão.

Segundo informou na semana passada a viúva de Navalny, Yulia, meio ano depois da morte do marido, as autoridades concluíram que morreu devido a uma arritmia cardíaca.

"A morte foi o resultado de... arritmia. E digam-me, como é que encontraram essa arritmia durante a autópsia? É impossível determinar um distúrbio do ritmo cardíaco após a morte, e Alexei não tinha qualquer doença cardíaca quando era vivo", escreveu Yulia Navalnaya no portal da Internet do marido.

Na opinião da viúva da principal figura da oposição russa, o diagnóstico fornecido pelas autoridades é "uma farsa".

"É mais uma tentativa, bastante patética, de esconder que o que aconteceu foi um assassínio", sustentou Navalnaya, depois de, inicialmente, a versão oficial dos serviços penitenciários russos ter sido que o marido morreu após ter-se sentido mal durante uma caminhada e de, depois, terem sustentado que a sua morte ocorrera em consequência da formação de um coágulo sanguíneo.

Navalny, que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento com o agente químico neurotóxico Novichok em 2020, morreu em fevereiro em circunstâncias suspeitas, aos 47 anos, numa prisão de segurança máxima na Sibéria, a colónia penal IK-3, para onde fora transferido em dezembro de 2023, para cumprir uma pena de 19 anos a que fora condenado pelo seu ativismo político, segundo defensores dos direitos humanos.

De acordo com Vladimir Osechkin, ativista russo e fundador do grupo de direitos humanos Gulagu.net citado pelo diário britânico The Times, Alexei Navalny foi morto com um método que é "marca registada do KGB (serviços secretos soviéticos)": a técnica do soco no coração, após exposição de várias horas às temperaturas negativas siberianas, numa cela solitária ao ar livre, e depois de as câmaras de segurança terem sido desligadas.

"Penso que, primeiro, eles destruíram o seu corpo, ao deixá-lo ao frio durante muito tempo e reduzindo ao mínimo a circulação sanguínea [o que torna] muito fácil matar alguém em segundos", afirmou Osechkin, citando uma fonte da colónia penal IK-3 e explicando que um soco no peito é fatal após uma exposição tão longa a temperaturas que, na Sibéria, atingem 27 graus negativos, razão pela qual os reclusos não podem, habitualmente, estar mais de uma hora ao ar livre.

Segundo o ativista, outros prisioneiros já foram mortos por este método naquela colónia penal russa.

Leia Também: UE insiste que Rússia apure envenenamento de Navalny com "transparência"

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