África do Sul reforça combate policial à extorsão armada no Cabo Oriental
A polícia sul-africana destacou reforços para a província do Cabo Oriental onde comércio, empresas e escolas estão a ser alvo de ataques de grupos armados exigindo "taxas de proteção", anunciou hoje o governo sul-africano.
© Reuters
Mundo África do Sul
O ministro da Polícia, Senzo Mchunu, considerou "grave" a situação de insegurança, sublinhando que o comércio em geral, postos de combustível, talhos, e até escolas tornaram-se "alvos de extorsão" por parte de grupos armados.
"É criminoso, e não se limita ao Cabo Oriental e ao Cabo Ocidental, também [na província de] KwaZulu-Natal (KZN) e outros locais", salientou hoje em entrevista à Talk Radio 702, em Joanesburgo, o governante sul-africano.
"O fenómeno cresceu de tal forma que em alguns casos ouvimos dizer que as mulheres nas aldeias têm de colocar 50 rands (3.00 euros) na janela de casa ou serão violadas se não o fizerem, por isso a situação tornou-se selvagem", disse Mchunu.
O governante sul-africano, que visitou recentemente a província do Cabo Oriental, avançou que "há alegações de envolvimento de alguns agentes da polícia", incluindo de "políticos", nas ações das redes criminosas de grupos armados.
"É pura criminalidade, não devemos chamar políticos a estas pessoas, apenas chamar-lhes criminosos que ocupam determinados cargos políticos", vincou.
O ministro da Polícia da África do Sul considerou tratar-se de "um desenvolvimento bastante chocante", salientando que "estamos confrontados com uma situação que é feia, uma situação que é criminosa, uma situação que está a afetar muitas pessoas", salientou.
O governante informou que a polícia está a investigar o fenómeno "para identificar todos os envolvidos, desde os líderes aos operacionais no terreno".
"E não se circunscreve apenas a atividades de extorsão, por exemplo em Mthatha existem também ocupações ilegais de edifícios públicos e privados, as pessoas sentem-se receosas e apelaram à intervenção do Governo", frisou.
Nesse sentido, Mchunu indicou que o governo destacou "equipas multidisciplinares para prevenir, combater, investigar e prender os envolvidos na violência e extorsão perpetrada por grupos armados", sem avançar detalhes.
As autoridades sul-africanas encerraram esta semana no município de Mthatha, na província sul-africana do Cabo Oriental, sudeste do país, pelo menos quatros escolas -- incluindo um estabelecimento de ensino para alunos deficientes, cegos e surdos -, após terem sido alvo de grupos armados exigindo "taxas de proteção".
A África do Sul tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo, com mais de quatro mil raptos no último trimestre do ano passado, e quase 84 homicídios cometidos todos os dias entre outubro e dezembro de 2023, segundo dados oficiais.
Dos 4.577 casos de rapto reportados pela polícia no período em análise, pelo menos 18 casos foram por extorsão, segundo as autoridades sul-africanas.
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