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Ex-primeiro-ministro timorense "é ingrato" por criticar Estado guineense
O conselheiro político do Presidente da Guiné-Bissau afirmou hoje que o ex-primeiro-ministro timorense e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, "é um ingrato" por criticar o Estado guineense.
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
"Mari Alkatiri é um ingrato, foi recebido e protegido aqui na Guiné-Bissau nos momentos mais difíceis da luta do povo timorense pela sua independência", disse Fernando Delfim da Silva.
O conselheiro do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, reagia às declarações de Alkatiri, nas quais o secretário-geral da Fretilin argumentou que a Guiné-Bissau não tem condições de acolher, em 2025, a cimeira e a presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em entrevista à agência Lusa, a propósito dos 25 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, o líder do principal partido da oposição defendeu que a instabilidade naquele país se deve à "força que atua na Guiné-Bissau", que, "toda a gente sabe, é a droga".
Em declarações aos jornalistas, hoje, na presidência da República em Bissau, Delfim da Silva, antigo chefe da diplomacia guineense perguntou: o que "se passa na cabeça de alguém dizer aquilo que Mari Alkatiri disse?".
"Dizer que a Guiné-Bissau não tem condições para acolher uma cimeira da CPLP é uma grande asneira. Uma falta de bom senso. Mari Alkatiri está muito velho, ele está senil, já não se lembra de coisas que são muito importantes para alguém que, como ele, é secretário-geral da Fretelin", observou Delfim da Silva.
O conselheiro da presidência guineense disse que o país "não precisa de elogios" de Mari Alkatiri, mas que "não admite as desconsiderações" do atual secretário-geral da Fretilin.
Delfim da Silva observou que, entre 2022 e 2023, a Guiné-Bissau presidiu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que, lembrou, integra 15 "países africanos relevantes", entre outros, Nigéria, Costa do Marfim, Gana, Senegal.
Delfim da Silva notou ainda que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, preside atualmente à ALMA (Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária) e que nos últimos anos este recebeu em Bissau "dezenas de chefes de Estado e de Governo".
Embaló, realçou ainda Delfim da Silva, igualmente foi recebido "pelo Papa no Vaticano".
O conselheiro da presidência guineense afirmou que Umaro Sissoco Embaló visitou Timor-Leste em novembro, para as celebrações do 48.º aniversário da proclamação unilateral da independência daquele país durante a qual foi condecorado pelo homólogo timorense, José Ramos-Horta.
Leia Também: UE mobiliza mais 35 milhões para ajuda humanitária à África Ocidental
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