Não é ainda claro o que aconteceu ao petroleiro "Sounion", que foi abandonado pela sua tripulação na quinta-feira, após ter sido atacado pelos Hutis, e supostamente ancorado no local.
O UKMTO, da Armada britânica, relatou os incêndios numa nota ao fim do dia de hoje.
"O UKMTO recebeu um relatório de que foram observados três incêndios em navios", informou o centro, acrescentando: "O navio parece estar à deriva".
Os Hutis não reconheceram até ao momento a responsabilidade pelo incêndio.
Suspeita-se que os rebeldes iemenitas tenham regressado e atacado pelo menos um outro navio que mais tarde se afundou, como parte da sua campanha lançada há meses contra o transporte marítimo no Mar Vermelho devido à guerra em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
O petroleiro, que pertence à empresa Delta Tankers com instalações em Atenas, tinha perdido capacidade propulsão e estava fundeado no Mar Vermelho, entre a Eritreia e o Iémen, na sequência do ataque reivindicado pelos Hutis na quarta-feira e que tinha, inicialmente, provocado temporariamente um incêndio a bordo e danificado o compartimento do motor.
O navio era tripulado por 23 filipinos e dois russos, bem como por quatro seguranças privados, que foram levados por um contratorpedeiro francês para o vizinho Djibuti, informou na quinta-feira a missão naval "Aspides" da União Europeia no Mar Vermelho, que receia um desastre ambiental.
O "Sounion" transporta 150 mil toneladas de crude a bordo e representa um "risco de navegação e ambiental", alertou a missão, sublinhando que "é essencial que todos na área sejam cautelosos e se abstenham de quaisquer ações que possam levar a uma deterioração da situação atual".
Os Hutis atacaram mais de 80 navios com mísseis e 'drones' desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, apreenderam uma embarcação e afundaram duas na campanha que matou também quatro marinheiros.
Outros mísseis e 'drones' foram intercetados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos no Mar Vermelho ou não conseguiram atingir os seus alvos.
Os rebeldes afirmam que têm como alvo navios ligados a Israel, aos Estados Unidos ou ao Reino Unido para forçar o fim da campanha israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza.
No entanto, muitos dos navios atacados têm pouca ou nenhuma ligação com o conflito, incluindo alguns com destino ao Irão, que apoia o grupo iemenita.
Os Hutis fazem parte do chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão que também integra o Hamas e as milícias libanesas do Hezbollah, entre outras organizações.
A guerra em curso na Faixa de Gaza, com mais de 40.000 mortos, foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
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