Ezzat Rishq, um dos membros mais importantes da delegação do Hamas, relatou o encontro com os mediadores do Egito e do Qatar, que informaram acerca dos "resultados das últimas negociações".

O responsável reiterou as exigências do Hamas, que passam por um "cessar-fogo completo, uma retirada total (das tropas israelitas), o regresso das pessoas deslocadas, a entrada de ajuda humanitária, a reconstrução e um acordo de troca" entre os prisioneiros palestinianos e os reféns em Gaza.

Por seu lado, uma fonte bem colocada da segurança egípcia disse à agência noticiosa EFE que "a ronda de negociações que decorreu hoje no Cairo assistiu a um grave impasse devido à falta de resolução da posição de cada uma das partes sobre a proposta da outra", mas que as conversações serão retomadas segunda-feira.

Hoje estiveram previstas as presenças dos chefes da Mossad e do Shin Bet, David Barnea e Ronen Bar, respetivamente, do chefe da CIA, William Burns, e do enviado do Presidente norte-americano, Joe Biden, para o Médio Oriente, Brett McGurk, além do primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abderrahman, e do chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel.

Segundo a mesma fonte, o Egito rejeitou a proposta de Israel de permanecer no Eixo de Filadélfia - que separa a Faixa de Gaza do país árabe - e no Eixo de Netzarim - que divide o enclave palestiniano ao meio.

A fonte acrescentou que os ataques de hoje entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah não afetou as negociações, embora os participantes tenham considerado necessário acelerar a declaração de uma trégua "para acabar com as tensões e a escalada na região".

O Egito rejeitou ainda um pedido norte-americano para colocar forças navais perto das suas fronteiras marítimas no Mediterrâneo e no Mar Vermelho e para a Força Aérea sobrevoar o seu espaço aéreo "para lançar ataques contra qualquer país sob qualquer nome".

De acordo com a mesma fonte, a posição egípcia nas negociações e na reunião com o Chefe do Estado-Maior dos EUA, mais dura na questão de Filadélfia e Netzarim, "constitui um forte ponto de partida a partir do qual Israel pode alterar todos os acordos nas negociações, restabelecer os seus cálculos e tentar aproximar a parte palestiniana da mesa das negociações na nova ronda de conversações".

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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