Meteorologia

  • 13 SEPTEMBER 2024
Tempo
29º
MIN 17º MÁX 32º

Operações humanitárias da ONU em Gaza paralisadas após ordem de evacuação

As operações humanitárias da ONU na Faixa de Gaza estão paralisadas após Israel ter emitido novas ordens de evacuação para Deir Al-Balah, na zona centro do enclave palestiniano, indicou hoje um alto funcionário das Nações Unidas.

Operações humanitárias da ONU em Gaza paralisadas após ordem de evacuação
Notícias ao Minuto

17:40 - 26/08/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"O que aconteceu no fim de semana leva-nos a um ponto em que simplesmente não podemos continuar a operar", afirmou o alto funcionário, que falou aos jornalistas sob condição de anonimato na sede da ONU, em Nova Iorque.

 

"Estamos a tentar equilibrar a necessidade da população com a necessidade de proteção e segurança do pessoal da ONU", acrescentou, frisando que a paralisação "não significa uma suspensão" das atividades da organização internacional, uma vez que espera que possam ser retomadas o mais rapidamente possível.

Israel ordenou no domingo a evacuação de parte do norte da "zona humanitária" de Gaza, perto da cidade de Deir Al-Balah, pelo que a área reservada para quase dois milhões de deslocados é agora inferior a 9,5% de todo o território do enclave palestiniano.

"Esta manhã falei com o meu conselheiro de segurança no terreno e perguntei-lhe: 'há alguma operação esta manhã?', e ele disse:'não, é impossível'", relatou o alto funcionário.

Ao longo dos últimos 10 meses, desde o início da guerra em curso na Faixa de Gaza, por várias vezes a ONU teve de "atrasar ou fazer uma pausa" nas suas operações, "mas nunca ao ponto de dizer concretamente que já não podia fazer nada", como é agora o caso, prosseguiu o representante.

Independentemente da gravidade da situação, o alto funcionário assegurou que a ONU não abandonará a Faixa de Gaza.

"As pessoas precisam de nós", justificou.

"Temos que encontrar soluções. Se isso significa parar 24 ou 48 horas e começar do zero, temos que fazer isso, mas não vamos sair. Temos que estar lá para fornecer o máximo [de ajuda] possível", acrescentou.

Questionado sobre qual seria o seu principal pedido ao Governo israelita para garantir a continuidade das operações, o responsável disse que o exército israelita deveria "respeitar os edifícios da ONU", sejam eles armazéns ou abrigos improvisados, além dos veículos da organização.

Confirmou ainda que, desde outubro passado, quando a guerra começou, um funcionário internacional da ONU e "pelo menos 205 cidadãos palestinianos" foram mortos, sendo que a maioria trabalhava para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).

Além disso, a falta de polícia palestiniana no terreno em Gaza - que o exército israelita considera um alvo de guerra porque é controlada pelo Hamas - também fez multiplicar os episódios de saques nas instalações da ONU, explicou a mesma fonte, que detalhou que os saqueadores têm procurado principalmente cigarros.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

[Notícia atualizada às 18h08]

Leia Também: Médio Oriente: Petroleiro atingido pelos huthis continua em chamas

Recomendados para si

;
Campo obrigatório