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Macron insiste em continuar diálogo com partidos "pelos interesses de França"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, mostrou-se hoje favorável à continuação do diálogo apenas com os representantes políticos capazes de agir "pelos interesses" da França, no âmbito das consultas para tentar formar governo.

Macron insiste em continuar diálogo com partidos "pelos interesses de França"
Notícias ao Minuto

20:09 - 27/08/24 por Lusa

Mundo França

"O trabalho continua, a porta está aberta e dou as boas-vindas a todos aqueles que querem continuar a trabalhar pelo superior interesse do país", disse Emmanuel Macron aos jornalistas presentes no Eliseu, antes do seu encontro com o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris.

 

Durante a manhã, o Presidente francês reuniu-se com um grupo de deputados do partido independente Liot (acrónimo para Liberdades, Independentes, Ultramarinos e Territórios) e com François Bayrou, presidente do Movimento Democrático, que faz parte do campo presidencial, segundo o canal de televisão francês BFMTV.

Para a nova ronda de consultas, Macron não convidou os representantes da esquerda radical França Insubmissa (LFI) - maior força política no seio da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), vencedora das últimas eleições - nem da extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês) e os seus aliados, como Eric Ciotti.

Assim, o chefe de Estado francês mostra abertura a um possível pacto entre os seus deputados e a direita tradicional para rivalizar com a coligação de esquerda NFP, que venceu as eleições legislativas de 07 de julho, elegendo 193 deputados (num total de 577).

Na segunda-feira, o Presidente francês afastou a hipótese de nomear alguém da esquerda para chefe do Governo, recusando assim a candidata da NFP Lucie Castets, considerando que "seria imediatamente censurado pelos restantes grupos" na Assembleia Nacional e que, em nome da "estabilidade" do país, não seguiria esse caminho.

Esta decisão indignou a esquerda, que considera a posição antidemocrática e, por essa razão, os líderes da coligação, que foram recebidos na sexta-feira por Macron, recusaram-se a participar na nova ronda de consultas.

O secretário do Partido Socialista, Olivier Fauré, alegou que não quer ser "cúmplice de uma paródia da democracia", durante uma entrevista ao canal de televisão France 2.

Da mesma forma, também a secretária dos ecologistas, Marine Tondelier, garantiu que não vão contribuir para o "circo" que se montou no Eliseu e convocou "mobilizações" de protesto.

"Gostaria que imaginássemos que se um Presidente de extrema-direita fizesse exatamente a mesma coisa [que Emmanuel Macron] durante seis semanas, todos os observadores gritariam sobre o escândalo", disse Marine Tondelier em declarações à rádio pública FranceInfo.

Já a LFI convocou hoje para o dia 07 de setembro uma "grande mobilização face ao golpe de Macron" e à "excecional gravidade da situação", segundo um comunicado, que tem o apoio dos partidos da coligação de esquerda à exceção do Partido Socialista.

Na quarta-feira, Macron deverá receber os representantes do partido de direita conservadora, Republicanos, e deve consultar algumas "personalidades", nomeadamente antigos presidentes, cujos nomes não foram comunicados.

Macron não fixou um prazo final para estas novas reuniões, embora o Eliseu tenha dado como ultimato o início dos Jogos Paralímpicos de Paris, que começam na quarta-feira, dia 28 de agosto.

Embora o Presidente francês tenha o poder de nomear um primeiro-ministro, o candidato terá de ser aprovado pela Assembleia Nacional para poder começar a trabalhar.

Leia Também: França. Nova Frente Popular recusa reuniões de Macron para nomear governo

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