"Esta não é a primeira vez que ouvimos declarações semelhantes de representantes do regime de Kyiv", disse o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov, garantindo que o Exército russo "continuará a sua operação militar especial".
Na terça-feira, Zelensky anunciou que, já em setembro, apresentará um plano de paz ao Presidente dos EUA, Joe Biden, para colocar um fim à invasão russa, incluindo a incorporação da Ucrânia na arquitetura da segurança global, passando por novos avanços nas estruturas multilaterais, como a NATO.
"Vamos alcançar todos os nossos objetivos", assegurou Peskov, que lembrou o recente alerta do ex-Presidente norte-americano Donald Trump sobre o risco de uma terceira guerra mundial, invocando a incursão do Exército ucraniano na região russa de Kursk.
"As incursões na região de Kursk são atos que aumentam as tensões até ao limite. Portanto, há motivos para preocupação e, neste caso, podem ser compreendidas algumas declarações alarmistas", argumentou Peskov.
Em 25 de agosto, Trump criticou a política de Washington em relação ao conflito no Médio Oriente, colocando a hipótese de se estar a avançar para uma Terceira Guerra Mundial.
Peskov acusou ainda Kyiv de instigar o "risco nuclear", por alegados ataques à central atómica de Kursk.
"A culpa do lado ucraniano em instigar o risco nuclear é mais do que evidente", disse Peskov, alegando que na terça-feira o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, pôde ver com os seus próprios olhos "os resultados dos ataques de 'drones' contra a central".
O porta-voz do Kremlin também criticou a decisão de Kyiv de não prorrogar o atual contrato com a empresa estatal Gazprom para fornecer gás russo aos europeus através da Ucrânia, argumentando que isso "prejudica gravemente os interesses dos consumidores europeus".
Na terça-feira, Zelensky foi perentório assegurando que não retomaria o contrato com aquela empresa estatal russa.
Apesar do conflito em curso, a Rússia entregou pouco mais de 14 mil milhões de metros cúbicos de gás em 2023 à Europa através do território ucraniano, abaixo dos 40 mil milhões de metros cúbicos previstos no contrato.
A Áustria, a Hungria e a Eslováquia são alguns dos principais beneficiários do gás russo.
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