"Isso não é mais do que uma expropriação ilegal. Falando em russo, é o roubo do nosso dinheiro", afirmou o porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa telefónica diária.
Peskov sublinhou que se trata de "ações ilegais que terão necessariamente consequências jurídicas".
O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e de Segurança, Josep Borrell, garantiu hoje que Bruxelas começou a utilizar os benefícios extraordinários dos ativos russos congelados e confirmou que já foram transferidos 1,4 mil milhões de euros para Kiev.
"O importante é, pela primeira vez, que estamos a financiar diretamente a indústria ucraniana" com esses fundos, sublinhou Borrell, tendo em conta que até agora o Fundo Europeu de Apoio à Paz (EFAP) se limitava a reembolsar os Estados-membros por parte dos gastos com o envio de armas para Kiev.
Borrell lembrou que ainda há mais de 6.000 milhões de euros desse fundo que não puderam ser desembolsados devido ao bloqueio da Hungria, garantindo que procurará "alguma forma de contornar esse veto de um Estado-membro, porque não é aceitável".
Em meados de agosto, a União anunciou que iria direcionar parte dos ativos congelados do Banco Central Russo para a compra de munições de grande calibre para a Ucrânia se defender contra a invasão russa.
Em junho passado, o Presidente russo, Vladimir Putin, já classificou de "roubo" o congelamento de ativos russos no Ocidente e alertou que essa ação "não ficará impune", depois de o G7 ( Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) ter concordado em conceder um empréstimo à Ucrânia a partir dos juros gerados por esses fundos.
A maior parte desses ativos, que ascendem a cerca de 260 mil milhões de euros, estão nos países da União Europeia.
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