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Ex-deputado venezuelano detido 5.ª-feira está incomunicável há 3 dias

O ex-deputado Biagio Pilieri, detido na quinta-feira no final de uma manifestação convocada pela Plataforma Democrática Unida (PUD), a principal coligação da oposição venezuelana, está incomunicável há três dias, informou hoje o seu partido, Convergência.

Ex-deputado venezuelano detido 5.ª-feira está incomunicável há 3 dias
Notícias ao Minuto

21:55 - 31/08/24 por Lusa

Mundo Venezuela

"Já passaram três dias desde que Pilieri foi detido e transferido para o Helicoide (...) até à data, a sua família e representantes legais não puderam verificar o seu estado de saúde, nem as razões da sua detenção arbitrária", afirmou em comunicado o partido coordenado pelo líder da oposição.

 

O Convergência exigiu a libertação de Pilieri, afirmando que se trata de uma "pessoa íntegra, um homem comprometido com a democracia, a liberdade e os direitos humanos".

"Hoje não está connosco, mas exigimos que seja libertado porque querer que a vontade popular do povo venezuelano seja respeitada não é um crime", acrescentou.

O Convergência disse que Wladimir Araujo e Rafael Terán, membros do grupo nos estados de Portuguesa e Trujillo, também estão detidos "há várias semanas".

A ex-deputada Delsa Solórzano denunciou, através da rede social X, que Pilieri não pode comunicar com a sua família e advogados desde a sua detenção e sublinhou que isto viola "todas as regras do devido processo".

Pilieri foi detido na quarta-feira, juntamente com o seu filho Jesús, depois de ter participado num protesto de rejeição da decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) que validou a controversa reeleição de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, tal como denunciado pelos opositores na rede social X.

O Comando con Venezuela - a equipa de campanha do candidato da PUD Edmundo González Urrutia - afirmou que, de acordo com a última localização do seu telemóvel, Pilieri foi detido e levado para a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) em Caracas, conhecido como Helicoide.

Um dia após a sua detenção, o partido Convergência informou que responsáveis do Sebin fizeram uma busca na residência de Pilieri, no estado de Yaracuy, no oeste do país.

De acordo com os números oficiais, mais de 2.400 pessoas foram presas desde 29 de julho na Venezuela - algumas em manifestações e outras em operações policiais - e 25 foram mortas em atos de violência que o governo atribui à oposição, enquanto o antichavismo culpa as forças de segurança do Estado.

Hoje, o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) denunciou irregularidades na transferência de presos das celas da polícia para prisões no centro do país, após os protestos contra o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho.

A 01 de agosto, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou que fossem colocadas em duas prisões de segurança máxima as pessoas detidas em protestos contra o resultado oficial das eleições presidenciais, em que foi declarado vencedor pelas autoridades, num processo rejeitado pela oposição maioritária e por grande parte da comunidade internacional.

O OVP disse que mais de 700 prisioneiros foram transferidos para duas prisões de segurança máxima, conhecidas como Tocuyito e Tocorón, localizadas nos estados de Carabobo e Aragua, respetivamente, no centro do país.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Leia Também: Venezuela: ONG denuncia irregularidades na transferência de presos

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