Moçambique. Insurgentes atacam forças ruandesas e matam uma menina
Homens armados atacaram forças ruandesas, no sábado, durante uma emboscada, na vila de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, matando uma menina, disseram hoje as autoridades locais.
© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images
Mundo Moçambique
O administrador de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, disse hoje, ao canal púbico Televisão de Moçambique (TVM), que "a rapariga foi atingida no abdómen e não resistiu aos ferimentos".
"Ontem [sábado], por volta das 22:12 [cerca de 21:00 em Lisboa] uma patrulha da força ruandesa caiu numa emboscada de terroristas e, durante a troca de tiros, os terroristas puseram-se em fuga", afirmou Cipriano.
Descrevendo o ataque no "raio autárquico" como "surpresa", dado que é controlado pelas forças do Ruanda, consideradas mais eficazes, o administrador de Mocímboa da Praia avançou que os militares daquele país ainda não se pronunciaram sobre eventuais baixas no seu seio nem há ainda dados sobre possíveis insurgentes mortos ou feridos no confronto.
"Ainda não nos informaram absolutamente nada", afirmou o administrador de Mocímboa da Praia.
Sérgio Cipriano disse que populares relataram que os insurgentes terão tentado atacar um quarto do exército moçambicano noutras incursões ocorridas no sábado na região, mas essas investidas ainda não foram confirmadas.
"Alguns populares dizem que sentiram alguns disparos, mas ainda não temos dados avançados", declarou Cipriano.
O administrador de Mocímboa da Praia assegurou que a situação na vila está calma, adiantando que os pescadores voltaram ao mar, os camponeses estão nos campos e os religiosos foram aos cultos de domingo.
"Nós não sentimos que [os acontecimentos de sábado] possam pôr em causa a vida normal da população", disse.
A vila de Mocímboa da Praia esteve sob controlo dos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, durante cerca de um ano, tendo sido libertada pelas forças governamentais do Ruanda e de Moçambique, em agosto de 2021.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que também apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Desde o início de agosto, diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia), envolvendo helicópteros, blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos.
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